Coragem?

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-MAT-
Ela-Alo?-aquela voz, juro que senti um frio na barriga, tive uma grande vontade de responder, meu coração gritava responde mas eu não conseguia, não saia, fiquei parado, meu coração batendo forte, minhas mãos suando, aquela sensação de sempre, aquele amor cutucando, será que eu nunca vou esquecê-la, desligo o telefone, aquilo foi uma burrada, se eu respondesse, o que ela iria responder? Certeza que ela iria desligar, não iria me responder, ou iria mandar eu me fuder, não iria conseguir me explicar, então é, essa ligação foi só pra me machucar ainda mais.
-BRUNA-
Atendo aquela bosta e a pessoa desliga, não tem o que fazer, né? Odeio isso, a Joyce me pergunta quem era e eu só respondo um zé ninguém, querendo me enxerga o saco, e ela só ri. Voltando ao assunto sono, agora eu não estava mais, aquela bosta de telefonema estragou meu momento de beleza, mentira, momento babação, pelo sono que eu tava iria babar muito, que foi você não baba? Baba sim que eu sei.
Coloco uma roupinha mais digna e resolvo correr, essa barriga tá grande demais, no meio do caminho encontro o Luis, ele veio da Bahia pra cá, veio estudar, conheço ele desde muito pequena, então somos bem próximos, ele era o louco dos esportes, foi ele que me incentivou a entrar no time de basquete daqui, me tornei a melhor do time, depois de muito esforço, meu tamanho não ajudava muito, mas como eu sou um pouco macho, conseguia correr com a bola, e aí de quem a tirasse de mim..
Luís- Bora correr comigo senhora preguiça e senhor preguicinha- diz me dando um beijo na bochecha e um beijo na minha barriga.
Eu- Não fala assim do meu baby, ele não é preguiçoso, só se puxar o pai- falando no mesmo, meu coração já se aperta, e ele se mexe, sim ele se mexeu, arregalo meus olhos pro Lu.
Lu- que foi?
Eu- Ele se mexeu, sim ele se mexeu muito, porque eu me lembrei do MAT, aí meu Deus, meu filho, ele sentiu que eu lembrei do pai dele, aí deus.
Luís- Migo não faz isso com o psicólogo da sua mãe, mas pode mexer.
Eu- Aí que saudade- digo colocando a mão em meu coração e me jogando no banco do parque
Luís- Tu é uma trouxa, isso sim.
Eu- Vai começar?
Luís- Você que começou, pensando no Matheus.
Eu- Mas não sou eu que quero pensar é..
Luís- é o seu coração, ele quer pensar, ele quer, porque o dono desse coraçaozinho aqui -diz cutucando o meu peito- se chama Matheus.
Eu- Ele me machucou.
Luís- Amiga, a verdade é que todos vão nos machucar um dia, você apenas tem que encontrar aquelas pelos quais vale a pena sofrer- isso me marcou, profundamente, mas não queria me lembrar dele, não quero e não vou.
Eu-Vamos?
Luís- Vamos covarde-nao retruquei porque eu sou uma, uma bela de uma covarde, uma completa covarde, uma bosta de ser humano que não corre atrás do que lhe faz certamente feliz, às vezes eu penso, será que eu fiz a coisa certa? Não queria, e nem quero que o filho do MAT e da Isabella fique com os pais separados, mais e o meu? Isso pode ser um pouco de exagero, mas é verdade, não sei se fiz a coisa certa, só Deus sabe..
-MAT-
Depois daquele telefonema idiota e sem objetivo algum resolvo ir me deitar, acordo lá pelas 9 da noite, eu sei que não estou fazendo nada mas também assim eu me esqueço das drogas, me esqueço dela, apenas fujo vou continuar fugindo, mas agora que se foda, já me machuquei demais hoje, vou me drogar, quero esquecer dessas porras, quero entrar naquela brisa louca, quero ir fundo, e ninguém vai me impedir, corro tomar banho, coloco uma roupa de frio, porque aqui no rio ta congelando, e desço, dou de cara com a minha vó e seu namorado dono das porra toda do rio, comprimento ele é minha vó me puxa no canto
Vó- Ligou?-diz com um sorrisinho no rosto.
Eu- Liguei.
Vó- E aí?
Eu- Eae que eu me machuquei ainda mais, ouvi a voz dela e meu coração bateu forte eu confesso, mas não tive coragem, e agora vou sair, quero esquecer dessa burrada que eu fiz, ou melhor que você me fez fazer-digo com raiva da minha vó, eu sei que não devia falar assim com ela, mas não consegui me controlar, ela logo muda sua expressão, fique triste, abatida.
Vó- Aonde você vai meu filho?- diz com seus olhos lacrimejando.
Eu- Aonde a senhora já deve atar imaginando mesmo, vou aonde eu me esqueço das coisas, vou me drogar, vou ser feliz uma ou duas horinhas se quer, quero que se foda tudo- digo em um som alto e ela chora, me abraça e fala para eu não ir, mas depois de um tempo, me solto dela e vou, pego minha moto e vou, vou ser feliz, vou me drogar.
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