Capítulo 12 - Você gosta dela, Zaphy?

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Abri os olhos e vi um alien estranho e armado ao lado da cama. Talvez nem tão estranho. Eles tem quase a mesma cara, mas acredito que esse seja o mesmo que me amarrou e me levou para a gaiola no primeiro dia.

Espere um pouco... O que esse alien está fazendo no meu quarto? E armado?

— Levante-se — disse fazendo um gesto com a mão. — Precisa ir para o laboratório.

Olhei para a janela e ainda está escuro.

— Mas é muito cedo. — Me sentei, esfregando os olhos sonolenta.

— Vamos humana, não me obrigue a usar a força. — Balançou a arma.

Merda! O que eu vou fazer no laboratório? Não consegui pensar em nada ainda.

— Posso pelo menos colocar uma roupa? — falei ao perceber que eu estou só de camiseta.

O alien me analisou por um momento.

— Seja rápida.

— Espere lá fora. — Fiquei esperando ele sair, mas continuou parado, decidi completar. — Por favor.

Ele enfim saiu, emburrado. Então corri e fiz tudo o que eu tinha que fazer em minutos. Depois vesti meu jaleco, que não tem mais seus botões por causa de um certo idiota. Segui até a cesta e apanhei uma das frutas.

Um punhado de morangos, só pra me azedar mais.

Em seguida o alien voltou ao quarto.

— Já para o laboratório.

Bufei e caminhei para fora do quarto. Fui comendo as frutas pelo caminho mesmo.

— Por que você está me levando ao laboratório e não o outro alien?

O alien simplesmente fingiu que não me ouviu. Ele é diferente fisicamente, um pouco menos musculoso em relação ao babaca lá, mas é tão antipático quanto o Zaphy.

Oh, espécie azeda! Parecem até estes morangos.

Chegamos ao laboratório e segui direto para a bancada, mesmo sabendo que não tenho o que fazer pois o vírus resolveu brincar comigo. Então disfarcei limpando os vidros.

Vez ou outra eu olhava pro alien sentando no local que antes era ocupado pelo Zaphy. Aquele imbecil deve estar com vergonha de me encarar por conta da merda que fez ontem. Ótimo, eu também não quero vê-lo por um bom tempo.

Olhei disfarçadamente para a arma do alien. É fina na frente e bem larga atrás. Há várias luzinhas azuis em cima. O Zaphy não usava arma, por que esse usa?

— Não vai responder o motivo de você estar aqui e não o Zaphy?

Pronunciar o nome dele ainda me causa uma certa raiva.

— Se preocupe em destruir o vírus! — Apontando a arma para a bancada.

Voltei a minha atenção para os vidros. Mas não faço ideia do que ficarei fazendo aqui. Talvez eu devesse contar a verdade para esse aí ao lado, dizer que não posso mais criar a vacina. Porém ele está armado, não vou arriscar. Melhor continuarem pensando que dependem de mim.

— Foi você que me prendeu na gaiola, não foi? — Eu mexia nos vidros enquanto perguntava.

— Foi. Agora pare de falar e trabalhe no vírus.

Eu até faria isso se soubesse como!

Me mantive em silêncio por um momento, sempre fingindo estar fazendo algo mas na verdade eu só mudava as vidraçarias de lugar. Esse asno nem deve ter notado.

620 Anos-Luz [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora