Capítulo 58 - Chame outro!

10.6K 1.1K 261
                                    

Zaphy


Não acredito que eu pretendia bater no gordinho por causa daquele afeminado. Aliás, os dois são afeminados!

Raça nojenta!

Pior que ainda tenho que conversar com ele e não tenho ideia do que irei falar. Eu não deveria ter aceitado essa condição da terráquea.

Rahtzy!

— O que foi? Por que está tão quieto? — me perguntou, assim que chegamos à porta do laboratório.

Abri e a mantive segurando para que ela entrasse primeiro.  

— Pare de fazer perguntas e entre logo.

Mel parou do meu lado, me olhou de baixo para cima e com o nariz erguido, adentrou.

Só de ver aquele narizinho levantado, esqueci que eu estava com raiva.

Ao entrar, encontrei Torpak e Surdja no canto, ao lado da primeira bancada. Havia um outro, porém esse se encontrava encoberto pelos dois da frente. Provavelmente eram os três voluntários que iriam testar a cura.

Voluntários não, cobaias!

Mas então, o meu humor que já não era dos melhores, piorou de vez quando o terceiro deu um passo à frente, se revelando.

Isso só pode ser uma brincadeira com a minha cara!

— O que esse desgraçado está fazendo aqui? — Voei na direção do serviçal, completamente cego de raiva.

Por que a Mel não me falou que ele era um dos voluntários?

Ignorando todos à minha volta, peguei o Dashni pela armadura e o prensei na coisa mais próxima, no caso, o refrigerador do laboratório.

— Zaphy, pare com isso! — A terráquea surgiu gritando ao meu lado, enquanto eu fitava o maldito com ódio. — Precisamos dele!

Fale por você, eu não preciso nem um pouco dele! Por mim esse maldito já estaria morto!

No entanto, aquele ódio triplicou quando um sorriso brotou no rosto do Dashni ao ouvir justamente a última frase dela.

— Ele não! Chame outro! — berrei em conjunto com a minha mão a qual era guiada ao pescoço dele.

— Não temos mais ninguém! — Em vão, ela tentava puxar o meu braço para que eu soltasse o pescoço fino dele. — Isto não é um ringue, é um laboratório, Zaphy!

Apesar que, pensando bem... Se existia alguém naquela nave que merecia ser contaminado pelo vírus, esse alguém era exatamente ele!

À vista disso, soltei o pescoço do serviçal.

— Se isso for só mais um dos seus joguinhos para ficar perto dela, saiba que estarei aqui o tempo todo... — rosnei palavra por palavra sobre o rosto dele. — cobaia — pronunciando baixo e lentamente a última palavra.

— Zaphy! Não o chame desse jeito. — Mel apertou o meu braço e inclinou a cabeça na direção dos outros.

Sabiamente o Dashni não disse uma única palavra. Sendo assim, fui me sentar no banco ao lado da porta com a intenção de ficar o mais longe possível daquele lixo.

Após me lançar um olhar repreendedor, a terráquea caminhou até o centro da sala, se colocando em frente aos três.

— Eu já deixei tudo pronto, porém o teste não poderá ser feito aqui. Precisa ser em um local com equipamentos médicos.

620 Anos-Luz [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora