Capítulo 20 - Mas eu não posso

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Zaphy

Seguia até meu quarto quando encontrei a Zukmi no caminho tentando me dizer algo, mas passei direto por ela. Não estou com paciência para conversar. Entrei e bati a porta com força. Com certeza todos na nave ouviram o som estrondoso. Peguei o primeiro objeto que vi pela frente, sem nem olhar qual, e atirei contra a parede.

Estou completamente descontrolado. Não que eu seja o ser mais calmo do Universo, mas nunca me senti tão estressado como estou agora.

Deitei e tentei diminuir a minha raiva. Tirei o curativo do meu braço sem o menor cuidado e joguei-o longe.

Até isso está me irritando.

Procurei concentrar a minha fúria nos meus problemas reais. Aquele vírus maldito; o perigo de extinção da minha raça; os terráqueos que certamente já sabem sobre nós, caso contrário não teriam colocado a armadilha. E não em mais uma discussão com uma terráquea escandalosa, que deveria ser insignificante para mim.

Mas não é!

Honestamente, não entendi o porquê dela ficar tão irritada em saber que durmo com outra fêmea. Imagine se descobrir que não é apenas com uma. No meu planeta nós podemos ter quantas esposas quisermos e nenhuma reclama. Ter poucas fêmeas na cama sempre representou pobreza e eu nunca me imaginei com apenas uma, pois riqueza é o que não me falta.

Não faria sentido.

Meu pai por exemplo, deixou em Vux quatro rainhas numa região livre do vírus. Mas nunca escondeu que a minha mãe foi a sua preferida. Provavelmente pelo fato dela ter sido a única a lhe dar um filho.

Me virei para o lado e tentei dormir. Mas sei que não vou conseguir, estou agoniado. Na melhor das hipóteses ficaria horas rolando de um lado para o outro. Preciso conversar logo com a terráquea, nem que seja para acabar com o que, segundo ela, nem deveria ter começado.

E estou quase concordando com isso.

Levantei e decidi que é isso mesmo que vou fazer. Caminhava até a porta quando a mesma abriu-se e Zukmi entrou, fechando-a em seguida.

— Estou de saída — disse sem lhe dirigir os olhos.

— Isso não pode esperar, meu príncipe? — Segurou delicadamente meu pulso com as duas mãos. — Estou com saudades.

— Não, sinto muito. — Me soltei dela e abri a porta.

— Posso tentar te convencer, pelo menos? — Fechou a porta novamente e colocou sua mão na minha barriga.

Desceu-a devagar para dentro da minha calça.

Pare de me distrair!

Como eu não tenho o menor controle sobre o meu corpo, ele rapidamente começou a responder aos toques de Zukmi. Imediatamente fui relaxando com seus movimentos. Encostei minhas costas na porta e joguei a cabeça para trás.

Começar o dia assistindo a terráquea tomar banho, me controlando para não devorá-la a qualquer momento, depois ficar torturantes horas no laboratório, fissurado para possuí-la o quanto antes, só está contribuindo para que eu deixe a Zukmi me aliviar.

Antes que eu faça isso sozinho. Coisa que raramente precisei fazer justamente por sempre ter quem me faça. Uma das vantagens de ser o filho do Rei.

Ela parou apenas para descer a minha calça, continuando com os toques logo depois.

— Sabia que eu conseguiria. — Se dirigiu ao meu pescoço, sem parar de me estimular.

— Zukmi, pare — murmurei, querendo que ela não parasse mas ao mesmo tempo sim.

620 Anos-Luz [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora