Zaphy
Reconheço que eu não devia ter tentado estrangular o maldito do Dashni. Minto. Deveria sim, deveria muito. Mas só depois do teste da cura ser finalizado. Porém, a Mel passou totalmente dos limites ao ter me dado aquele tapa. Para piorar, o meu pai havia passado na área de treinamento mais cedo para me provocar, dizendo o quanto ela é desrespeitosa e autoritária comigo. E principalmente, que é desobediente e age como se estivesse no comando, igual um macho.
Só para me ridicularizar na frente da sua criadagem.
— Sua vez, príncipe. — Me avisou dando um tapa nas minhas costas.
— Aprendam com o mestre. — Estalei os dedos, lhe enviando um sorriso otimista.
Para a minha sorte, estava acontecendo um Kooya quando cheguei na área de treinamento: a famosa competição de resistência que costumávamos fazer no espaço, onde o último de cada rodada é eliminado e os demais continuam, até sobrar apenas um.
O vencedor, no caso.
Não era novidade eu estar liderando. Sempre ganhei aquele jogo, com exceção das vezes que não quis competir pois eu havia me embriagado muito no dia anterior.
Então, troquei os pesos por outros três vezes maior e imediatamente, uma manifestação decepcionada surgiu, posto que se eu conseguisse levantar, venceria e acabaria o jogo, já que nenhum ali me alcançaria mais. Para ser sincero não gosto de fazer isso porque é apelação, mas o cansaço já me dominava e por isso, queria finalizar logo a brincadeira.
Portanto, me posicionei, flexionei os joelhos e segurando firme o cilindro com as duas mãos, levantei.
Começaram a contar.
— ...7, 8, 9...
Ao ouvir o "dez", atirei o peso no chão, orgulhoso com mais uma vitória. Não sei como perdi aquela luta para o Nepo.
Sou insuperável!
— Jogue a camisa, príncipe. — Algumas fêmeas que estavam nos assistindo, pediram em coro.
Como de praxe, o campeão deve tirar a camisa e atirar sobre elas, iniciando-se uma mini luta entre as fêmeas. Desse modo, aquela que ficasse com a camisa, era eleita a campeã da partida. Na verdade isso não fazia parte do Kooya, nós que criamos.
E é a minha parte favorita.
Comecei a tirar a camisa já úmida, puxando-a pelas costas. Em seguida sequei o suor do meu rosto com ela antes de fazer uma bola e me preparar para arremessá-la.
— Seque o peito também — sugeriu uma delas.
Liberando um sorriso convencido, balancei a cabeça em negativa, dizendo um "não" mudo a ela, e por fim, joguei a camisa: dando início à guerra.
— Que bonito! Muito bonito!
Ao ouvir aquela voz a qual me estremeceu todo, olhei para trás e encontrei primeiro o Nepo me enviando um olhar culpado por tê-la trazido ali, enquanto segurava a sua antiga arma ao lado do corpo coberto pela armadura. Já pelo olhar dela, deduzi estar sendo morto em sua cabeça.
— Por que não secou o peito como ela pediu? — continuou, Mel, gritando.
Alguns pararam o que estavam fazendo para nos olhar e eu só fiz foi esfregar os olhos.
— Porque eu fico mais gostoso suado. — Cruzei os braços, voltando a atenção à luta das fêmeas. — E pode parando com o escarcéu achando que vai inverter a situação, pois não esqueci o tapa!
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620 Anos-Luz [COMPLETO]
RomanceJá parou para pensar que o fato de você ainda não ter encontrado a sua alma gêmea seja porquê ela nasceu em um outro Sistema Solar, a 620 anos-luz de distância e na pele de uma criatura diferente, com outros costumes e outra forma de pensar? De um l...