Capítulo 59 - Minha escolha?

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Decidi levá-la à área de alimentação antes que eu rasgasse a sua roupa ali mesmo. Não era muito seguro me deixar perto daquela fêmea em um lugar cheio de camas. Sendo assim entramos e logo a minha excitação se transformou em ódio. Ódio esse por eu ter encontrado o Nepo de costas, preparando alguma comida. Porém não foi só por isso que senti o meu sangue ferver, e sim pelo fato do Dashni também estar fazendo o mesmo.

Esse serviçal estava em todo lugar, parecia uma praga!

Pensei em sair e voltar quando a área de alimentação estivesse despoluída, mas eu também me encontrava com certa fome.

— Que cheirinho bom — Mel falou, ao entrar. — Então quer dizer que você também cozinha bem, Nepo?

Ele olhou brevemente para trás, nos encontrando, depois para o Dashni ao seu lado e por fim voltou os olhos à própria refeição. Embora estivesse um tanto longe, o hematoma em seu rosto havia escurecido um pouco mais.

— Infelizmente esse cheiro não vem da minha comida — revelou.

Sentei à mesa do canto junto com a terráquea a fim de esperar que pelo menos o Dashni saísse dali e eu pudesse também preparar algo para comer.

— Ah... — ela soou decepcionada. — nem quero mais.

Assim como o Nepo, Dashni deu uma rápida olhada na direção da terráquea.

— Não me lembro de ter te oferecido — Dashni retrucou baixo, enquanto virava-se e seguia à uma das mesas.

Proorz! Só de ouvir a voz dele eu tinha vontade de bater a minha própria cabeça na parede!

— Saia — ordenei, o encarando.

— Como disse? — ignorando, ele sentou-se.

— Mandei. Você. Sair.

Dashni respirou fundo, olhou para o lado e então voltou a me fitar. Suas mãos sobre a mesa se encontravam em punhos, igualmente como as minhas.

— Eu preciso me alimentar, principezinho.

Parece que finalmente concordamos em algo. Se existia uma coisa que aquele esquelético precisava, era se alimentar.

— Pois vá comer em outro lugar! — acabei levantando a voz. Ele já estava me tirando do sério.

Após emitir um rosnado, Dashni saiu pisando forte, levando consigo o seu prato.

No mesmo instante, Nepo começou a se dirigir à uma mesa bem afastada da que eu e a terráquea estávamos.

— Você... — chamei e ele me olhou. — sente aqui. — Apontei para o banco em minha frente.

Era melhor aproveitar para me livrar de uma vez daquela conversa. À vista disso, Nepo ficou em silêncio me olhando por alguns segundos, depois levou os olhos ao seu talher novamente.

— Seja o que for que tenha para me dizer, posso ouvir daqui, príncipe.

Rahtzy! Ele também não facilitava!

— Sente-se aqui. É uma ordem!

Imediatamente a terráquea me cutucou, de certo desaprovando o que eu disse. Mas sem demora e quase que do mesmo modo do qual o Dashni saiu, Nepo veio até a mesa que eu estava, jogando o seu prato sobre ela sem o menor cuidado.

— Posso comer agora, Vossa Alteza?

Eu odiava com todas as minhas forças aquele ar de escárnio o qual ele se dirigia a mim, utilizando-se do meu título de nobreza.

620 Anos-Luz [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora