Capítulo 30 - Você é o cara, Nepo

12.8K 1.3K 248
                                    

Mel

Eu já estava quase dormindo aqui sentada, com o Zaphy no meu colo, quando o Nepo entrou na enfermaria.

— Como ele está? — Se aproximou devagar, sem tirar os olhos do Zaphy.

Esfreguei os olhos e bocejei.

— Bem aparentemente. Mas gosta de fingir que é indestrutível, então não dá para ter certeza.

Nepo riu.

— Certo. Nesse caso, vamos. — Fez um gesto com a mão. — O Rei quer que você volte ao laboratório.

Assenti e comecei a me desvencilhar do braço pesado do Zaphy, que envolve o meu corpo com uma certa força. Mas ao me mexer, ele aumentou ainda mais o aperto.

Novamente a risada do Nepo manifestou-se.

O pior é que ele está apertando logo o local dolorido por conta do soco que levei do demônio alienígena.

Respirei fundo e tentei de novo. Enquanto eu levantava o braço dele com as duas mãos, ia me afastando aos poucos, me aproximando da beirada da cama espaçosa. Depois de muito esforço consegui colocar uma perna para fora dela. Porém no mesmo instante, além de me apertar, ele também me puxou novamente para junto dele.

— Droga, Zaphy! — Olhei pro Nepo. — Por que não para de rir e me ajuda?

Nepo veio até a cama e levantou o braço do Zaphy com uma mão e com a outra, me arrastou com uma facilidade absurda. Quase me desequilibrei e cai no chão.

Esses aliens são muito fortes.

— Deixei sair? — Zaphy abriu os olhos mas logo os fechou. — Onde você pensa que vai?

Sem a minha presença na cama para servir de apoio, Zaphy agora está de bruços.

— Fugir com o Nepo — respondi, ao lado da cama.

Seus olhos praticamente saltaram para fora e o Nepo me deu um empurrão, parecendo assustado com o que eu disse.

Não levaram na brincadeira.

— Para o laboratório. Onde mais eu iria?

— Não! Volte pra cama. — Deu dois tapas na área vazia. — Agora!

— Seu pai quer ela no laboratório — Nepo resolveu falar.

Zaphy suspirou irritado.

— Mande meu pai ir pra... — Ficou de barriga para cima e fez uma expressão de dor.

— O que foi? — Me curvei sobre ele.

— Nada, terráquea! Se for, vá logo! — Fechou os olhos.

Aproximei meu rosto do dele e dei um beijo em sua testa, enquanto acariciava seu rosto coberto pela pouca barba clara.

— Pare de ser mimado.

— Então volte pra cama. — Ficou alisando minha mão em seu rosto, com o polegar.

— Preciso ir para o laboratório, você sabe.

Zaphy abriu os olhos com pressa, franzindo o cenho.

— Então saia daqui. Vá para o seu laboratório. — Me empurrou e tentou fazer cara de bravo, mas notei um tímido sorriso.

Também tentei segurar o riso.

Segui até a porta, onde o Nepo estava me esperando.

— Nepo... — Zaphy o chamou. — Tome conta dela e se te desobedecer, a jogue no túnel. — Riu, fazendo o Nepo rir junto enquanto murmurava um "pode deixar" e saía da enfermaria.

620 Anos-Luz [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora