Capítulo 18 - Como ela se chama?

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Mel


Saí do banho e não sei por quanto tempo fiquei entretida com o holograma do meu livro, até ouvir a porta abrir e o meu dono colocar apenas a cabeça para dentro.

— Vamos, terráquea.

— Para onde? — Guardei o celular e segui até ele.

Mas não recebi uma resposta. Apenas fui puxada para fora do quarto e guiada ao lado que deveríamos ir.

— Por que você usa tanta roupa?

— Porque eu sinto, frio...? — respondi olhando para o meu suéter e minha calça jeans.

Zaphy parou, olhou para os dois lados e depois me prensou na parede.

Admito que me assustei com a abordagem.

— Então você tem que passar mais tempo comigo. — Apertou a minha cintura por baixo do suéter. — Pois frio será a última coisa que irá sentir.

Depois simplesmente continuou andando como se nada tivesse feito. Esse alien ainda me mata!

Travei quando chegamos até um dos vários tubos de vidro que possuem nesta nave doida. E em fração de segundos, Zaphy passou um de seus braços por trás dos meus joelhos, me pegando no colo em seguida.

— O que você está fazendo? — perguntei enquanto enrolava meus braços em torno do seu pescoço, com uma certa força e ligeiramente com medo.

— Você anda muito devagar nos túneis, só estou agilizando as coisas.

Fechei os olhos e enterrei o rosto na curva do pescoço dele. Ligeiramente com medo é eufemismo.

Odeio esses tubos!

— O que você quis dizer com, ser meu dono? — Quis puxar assunto para mudar o foco da minha mente medrosa.

— Exatamente o que as palavras significam.

Que engraçado ele, deu até vontade de rir.

Parece que estou enfeitiçada por um alien mimado, dominador e... possessivo.

Não estou gostando.

Logo já estávamos fora do tubo. Viramos à esquerda onde há uma escada luminosa em forma de espiral, que leva para cima. Hesitei um pouco, mas acabei seguindo ele.

— Não vai dizer para aonde estamos indo?

— Daqui a pouco você vai saber.

— Daqui a pouco você vai saber — repeti, baixo, o que o fez virar-se para mim e rir.

Depois de alguns minutos subindo, dei uma rápida olhada para baixo, notando o quão alto já estávamos.

Travei, de novo!

— Não consigo mais, estou ficando tonta. — Me agarrei ao corrimão ondulado cheio de luzinhas.

Zaphy desceu e ficou atrás de mim.

— Melhor você ir na frente, então. Fresca. — Segurou em minhas costas ao mesmo tempo em que me empurrava para eu continuar andando.

— Não é frescura, é uma fobia. Chama-se acrofobia. — Voltei a subir, ainda hesitante.

— Pare, terráquea. Sem palavras difíceis que não entendo.

Murmurei um "burro" mas ele não ouviu, ou fingiu não ouvir. Certamente fingiu, pois ele ouve literalmente tudo.

620 Anos-Luz [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora