Capítulo 4 - Organização

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Nova York, Sede da Organização, Localização desconhecida. Uma dez da tarde.

Há uma agitação logo pela manhã. Todos parecem estar correndo contra o relógio. A base de comandos cheira a café frio, folhas de livros velhos e poeira. No final do corredor, a porta do líder da Organização está fechada desde que ele chegou. Sabe-se, a partir disso, que está planejando algo importante com o senhor Allen, seu braço direito, e não deixará que ninguém entre até que finalize seu raciocínio.

O relógio vira para uma e doze.

Uma mulher de cabelos castanho escuro, preso em um rabo de cavalo, atravessa as mesas em direção à sala. Ela usa uma calça social preta e uma camisa de botões branca, com um jaleco, também branco, por cima. Seu óculos preto cai toda hora no nariz e ela o joga para o lugar, com certa aflição. A mesma aflição também a faz jogar uma mecha do cabelo para trás, que cai toda hora sobre sua testa.

Os Rastreadores, como são chamados, que ficam naquela área da sede param o que estão fazendo e a observam caminhar por um instante. Quando finalmente chega à porta dupla fechada, com uma placa de metal talhada como Sr.Rubens, que ela já está cansada de ver, dá duas batidas leves com o punho fechado. Enquanto espera pela resposta se ajeita da melhor maneira que consegue.

Nada.

Bate mais duas vezes, desta vez com maior intensidade. Bate o pé no chão, esperando.

-Estou ocupado. - O homem com a voz rouca grita de lá de dentro. E ele parece irritado.

A mulher rola os olhos, passa a mão no rabo de cavalo, respira fundo e diz:

muito importante.

Consegue escutar uma movimentação por detrás da porta. Isso significa que ele atendeu seu pedido e está vindo recebê-la. A porta se destranca uma, duas, três vezes e finalmente abre.

Quem está do outro lado é um homem de mais idade, percebe-se pelos cabelos escuros ficando grisalhos aos poucos. As sobrancelhas grossas e arrepiadas estão franzidas em uma expressão nada alegre.

Ele parece analisá-la por um momento e depois pronuncia:

-O que foi?

-São os Guardiões. - Sua mão sua frio quando fala.

O homem, que antes não parecia muito interessado, esbugalha os olhos de forma natural e abre passagem para que ela entre na sala. Ele olha ao redor, tentando procurar alguém que pudesse bisbilhotar a conversa dos dois.

Fecha a porta.

Dentro da sala, sentado em uma cadeira giratória, está outro homem, mais novo que o líder. Pele escura como a noite, olhos vazios como o infinito. Seus cabelos pintados de azul marinho sempre foram motivos de cochichos pela Organização.

-Senhor Rubens. Senhor Allen. - ela os cumprimenta com a cabeça, uma quase reverência, tentando muito não olhar fixamente para os cabelos do senhor Allen.

Ela não se senta, pois não consegue parar quieta.

-O que aconteceu? - pergunta o líder, enquanto dá a volta ao redor de sua mesa de madeira e se senta, de costas para ela, em outra cadeira giratória estofada de couro preto.

Ela toma o ar.

-Como o senhor pediu estávamos os monitorando já que o próximo ataque está tão próximo e... bem, algo aconteceu antes do que planejávamos.

-O que? - responde em um tom que já a culpa.

-Nós tentamos ao máximo, mas... - tenta se explicar.

-O que? - desta vez seu tom é de raiva.

Ela põe as mãos na cintura.

-Eles estão com ela. Estão com a última Guardiã! - murmura.

Ele vira a cadeira e bate as mãos com força na mesa. O senhor Allen permanece imóvel, fitando a moça. Sua expressão severa é de assustar qualquer um.

-Eu ordenei que vocês a encontrassem primeiro. O que vocês são? Macacos? - grita o senhor Rubens. - Sabia que eles estavam agindo.

-Eu sei, mas...

-Não tente se explicar, Margaret. Agora é tarde demais! Acho melhor você voltar para o laboratório e deixar as operações especiais para outra pessoa. - pronuncia o homem do cabelo azul.

Margaret fica vermelha e parece que vai chorar a qualquer minuto.

-O que fazemos agora? - sua voz sai como um fio.

Sr.Rubens solta o ar e pensa por alguns longos segundos. Olha para o mapa em forma de holograma projetado em sua mesa. Agora ele parece tão aflito quanto ela. Uma mistura de aflição e nervosismo.

-Planejem o primeiro ataque. - diz - Estão indo capturar o primeiro elemento.

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