Capítulo 26 - O penhasco

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Nota da autora: Pessoas, esse é o meu capítulo preferido. De todos! Não sei se vai ser o de vocês, mas tenho certeza que muita gente vai ficar :O kkkk quero muitos comentários, hein? Sem mais delongas, ai vai o capítulo.

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-Eu não acredito que está chovendo! - reclamo enquanto me apoio em James ao passar de uma rocha a outra. Elas estão escorregadias por causa da chuva que cai, não faz muito tempo.

Já são mais das cinco horas da tarde. A capa de chuva não me protege nem um pouco. Minhas roupas estão completamente molhadas, grudando ao redor do meu corpo e meus cabelos pingam água fria nas minhas pernas nuas, por causa do short. Tento controlar meu maxilar que treme compulsivamente por causa do frio.

Escalamos a montanha negra, agora deve ter umas duas horas que fazemos isso. Chegamos a metade da trilha até Fira e ainda não encontramos nada. Estamos desde cedo procurando pelo poço, mas não conseguimos encontrá-lo em canto algum. Jane nos guia, indo na frente. Ninguém sabe para onde estamos indo, muito menos ela.

-Às vezes chove no final da tarde, mas daqui a pouco passa. Só precisamos ter cuidado onde pisamos porque essas rochas estão cheias de lodo. Um passo em falso e podemos cair. - diz Jane olhando novamente para sua bússola e pisando em cima das pedras que não estão tingidas de verde.

Essa chuva não parece que vai acabar daqui a pouco.

-Isso não foi exatamente animador. - murmuro em resposta, apesar de ninguém ter escutado por causa do barulho do vento cortante.

-Vamos parar por um momento. Eu preciso de ar! - reclama Carina, sentando-se em uma pedra. Há um tempo que estou estranhando o fato de estarmos andando esse tempo todo sem nenhuma pista de onde o elemento possa estar e sem ter topado com alguém da Organização.

Discutimos isso mais cedo e o conselho que Jane me deu, caso aconteça um confronto, foi "tente não morrer".

Tento não pensar nisso agora ou vou ficar mais nervosa do que já estou.

Olho para James que está em pé, jogando pedras das rochas no horizonte da montanha. Em suas costas há uma mochila igual as nossas. Eu carrego na minha três garrafas de água, um boné de Dylan, - que ele diz dar sorte - uma bússola e um protetor solar, que Jane insistiu ser indispensável. Não estaria pesada se não fosse a arma prata que recebi para defesa, caso meus poderes me deixem na mão.

Minha barriga ronca, me lembrando de mais um empecilho.

-Deus! - exclamo. - Saímos do alojamento eram oito horas da manhã. Se eu pelo menos soubesse que vamos andar tanto debaixo dessa chuva teria comido mais sanduiches. - digo passando a mão no abdômen, tentando desviar os pensamentos para qualquer outra coisa que não seja comida.

-Eu já tinha vindo por aqui uma ou duas vezes. É ótimo treinar o controle da água perto das montanhas. Ninguém percebe nada. - diz James pra mim, ignorando meus lamentos.

-Precisamos seguir em frente. Antes que escureça. - Dylan bate palmas para nos incentivar. Ele tem feito isso nas últimas horas, como se estivéssemos em uma maratona e uma enorme medalha dourada nos esperasse no fim da linha.

Acabamos andando o resto da tarde em silêncio, com o grupo trocando poucas palavras durante o percurso. Até mesmo Mike cansou de ficar tagarelando o tempo todo. Eu, na verdade, fico calada já que meu pulmão mal aguenta a falta de ar. Sinto que se eu tentasse dizer qualquer coisa a qualquer momento vou morrer sufocada. Já tomei uma garrafa e meia de água e estou guardando o resto caso precise mais tarde.

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