Capítulo 17 - Enviados

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Nota da autora: CONHEÇAM OS ENVIADOS QUE EU AMO MUITO BEIJOSSSS


Está chovendo do lado de fora. Posso sentir o delicioso cheiro de terra molhada entrar pela pequena janela de vidro. Estou sentada em uma sala, no final de um beco escuro e sombrio entre duas lojas. Dylan me disse que só instalaram esse espaço aqui a fim de que a Organização não descubra sua localização e que havia vários outros espalhados pela cidade.

Apesar disso, a sala é bem aconchegante. Tem sofás marrons com almofadas coloridas, estantes e estantes de vários livros de medicina e psicologia. Ar condicionado e cheiro de iodo com alecrim.

Estou sentada sozinha, esperando minha vez de ser atendida pelo Enviado. Noite passada discutimos algumas coisas.

Dylan disse que quem nos atacou não trabalhava para a Organização porque eles claramente tentaram nos matar e não é assim que agem. Isso explicou o fato de eu não conseguir encontrar a marca no pescoço.

Jane afirmou que foi realmente torturada, mas quis deixar de lado os detalhes. Apenas nos contou que colheram seu sangue, tentaram retirar resíduos do seu elemento e perguntaram do paradeiro dos outros, ou seja, de nós. Dylan mandou ajuda e alguns Enviados a resgataram antes que alguma coisa pior pudesse acontecer.

Depois achamos melhor descansarmos para que pudéssemos vir ao "consultório" com mais calma e sentindo menos dor.

Bem, essa parte não funcionara muito bem já que tive que tomar três remédios para conseguir dormir. Minha dor de cabeça era tamanha que não permitia que meus olhos fechassem. E agora a dor não está diferente da noite passada, apenas com menos intensidade. Ou quem sabe eu aprendi a me acostumar com ela.

Olho para a porta na minha frente, que está fechada. Jane e Dylan já foram atendidos e liberados. James deve estar lá dentro há mais de meia hora. Faço uma careta. Não sei por que, mas ele está estranho desde o ocorrido noite passada. Está mais calado e recluso. Boa parte das horas acordada, que tentei pegar no sono, fiquei pensando se o impulso que tive de abraçá-lo tinha o deixado sem graça.

Ou talvez seja apenas estresse pós-traumático. Já li sobre isso uma vez!

–Obrigado. Está muito melhor, precisa me ensinar a fazer isso depois. – A voz dele interrompe meus pensamentos.

Levanto-me depressa. A porta se abre e vejo alguém de jaleco apertar a mão dele. Seus machucados estão melhores e já começam a cicatrizar. Como fez isso? Quando tiro os olhos dele, vejo que o homem lá dentro faz menção para eu entre. Ando até lá, sentindo os olhos de James cravados nas minhas costas.

Passo pela porta e a fecho.

Sentado na cadeira atrás da mesa está um homem que sorri para mim. Ele deve ter uns trinta anos ou mais. A cor dos cabelos é mel, assim como seus olhos. Percebo que por debaixo do jaleco, e no mesmo lugar que Evan, está aquela mesma tatuagem. Só que a dele é um urso.

–Katherine! É uma honra conhece-la. – diz ao tomar minhas mãos nas dele e levar até os lábios. Enrubesço. – Quanto tempo a maioria de nós espera pela chegada da última Guardiã. Aposto que está tendo muito trabalho para controlar o ar.

–Obrigada. É uma honra conhece-lo também! E bem, de acordo com o cara ali – aponto para a porta – eu deveria estar fazendo muito mais do que estou. Ainda nem sei controlar o ar direito e tenho medo do que possa acontecer quando... – percebo que estou desabafando com alguém que acabei de conhecer. Paro de falar no mesmo momento e reorganizo as palavras. – Desculpe, mas eu não sei o seu nome.

–Ah, sim. Meu nome é Kyle. Kyle Longatto. Mas continue. Faltam dois elementos se não me engano, não é? Entendo muito bem as situações que vocês passam, já que meu Espirito Protetor é o urso. O dom da cura, caso não saiba. Tenho certeza de que quando estiverem com os elementos em mãos tudo se tornará muito mais fácil.

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