Capítulo 18 - Habilidades

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Nota da autora: O capítulo queridinho dos meus leitores hahaha espero que gostem também ;)

–Vocês tem certeza de que é por esse caminho? Quantos andares tem essa escola? Uns três? Eu não sei de vocês, mas esses ecos me dão o maior medo! – o menino loiro da tatuagem da cobra, que descobri chamar-se Mike, está tagarelando a cerca de oito minutos enquanto o resto da equipe faz silêncio. O jogo começou há dez minutos. Já vasculhamos o primeiro andar inteiro e, estranhamente, não encontramos com ninguém do outro time.

Nem com ninguém que não esteja mais nesse mundo.

Quem nos lidera é uma menina – poucos anos mais nova que eu – de longos cabelos castanho escuro, tão lisos que me causa inveja. Ela tem uma folha na mão a qual não consigo me esgueirar o suficiente para ler. O plano do nosso time é bem simples: eliminar os lugares considerados mais detestáveis da escola e seguir pelos outros, vasculhando cada andar.

A piscina foi a primeira a ser indicada, já que não há onde se esconder uma estrela dourada ali, a não ser naquela água suja. Constatamos que Juan não faria isso e decidimos cortá-la da lista, que incluía o jardim do lado de fora, o ginásio em que estivemos e o refeitório. Me disseram que lá é um ninho de coisas asquerosas.

Agora seguimos para o segundo andar. Paramos na frente de um elevador velho e antigo, aqueles onde a porta de segurança não é automática. Alguns Enviados se entreolham quando essa se abre, fazendo um estrondoso rugido. Está completamente tomada pela ferrugem.

–Carina você tem certeza que esse elevador é seguro?! –pronuncia Evan ao dar um passo em direção à mulher de cabelos castanhos e fazendo com que todos prestem atenção. – Quero dizer, olhe só para o estado. Acho melhor subirmos as escadas.

–Shh, fala baixo. – Carina sussurra. Ela tem um sotaque belíssimo. – Se subirmos as escadas a chance deles nos pegarem é maior. Eu tenho certeza que eles se dividiram e colocaram os com rapidez atrás de nós. Confie em mim, eu já andei em elevadores piores que esses.

–Acho que na verdade você está é morrendo de medo de ir pelas escadas e encontrar com o espirito de Alice por lá. – responde e todos caem na risada. Carina fica com o rosto todo vermelho e os olhos arregalados.

–Mas funciona? A energia está ligada? – pergunto, tentando livrá-la de retrucá-lo. Carina me olha e balança a cabeça.

–Aham. Sempre que vamos nos encontrar aqui Juan liga a energia central. Só nunca acendemos as luzes. Vamos antes que alguém nos veja!

Carina, com a ajuda de outra Enviada que tem uma tatuagem de urso, puxa a porta até o final e faz menção para todos entrem. Tento ficar no canto à medida que nos encaixamos. Carina entra por último, fecha a porta sozinha e aperta o botão velho que está com o numero dois em relevo.

O elevador sujo começa a se movimentar. Pode-se ouvir a tensão e a respiração pesada de cada um no silêncio. Ele range para subir, como se estivesse raspando sua composição de metal nas paredes do edifício. Quando ele está perto de chegar ao dois, para, balança e faz um barulho que me amedronta. Os Enviados se seguram nas paredes. Prendo a respiração, esperando sentir o frio na barriga quando o elevador despencar, a qualquer momento.

–Qual é... vamos!

Carina aperta o botão novamente, com raiva, até seus dedos cansarem. Escuto um "vamos morrer!" de alguém e concordo, já que esse pensamento passeou pela minha cabeça alguns segundos atrás. No entanto um barulho lá em cima chama nossa atenção. Ouço risadas ecoarem pelo poço do elevador. Consigo ver duas cabeças através da janelinha que dá para o duto de ventilação, lutando para ter a melhor visão do nosso time preso.

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