Nota da autora: Acharam mesmo que eu ia deixar só aquele capítulo? hahahaha Mas agora que os capítulos estão começando a entrar na parte final, vou postando com mais demora. Só pra não ser muito rápido, entendem? hehehe Beijocas amores
Escuto o som de rodas do carrinho da camareira entrar no quarto, com certo agudo irritante no contato com o chão.
Devo estar no banho há, mais ou menos, quinze minutos. Observo toda sujeira do meu corpo descer em uma água escura e escorrer pelo ralo rapidamente. Os machucados, agora que lavados, doem mais do que nunca. Mesmo assim a água quente me faz bem.
Rodo o registro. Saio do banho com os ombros vermelhos e os dedos enrugados. Coloco um pijama e abro a porta. Jane está sentada na mesa, com um notebook na sua frente, que lança uma luz azulada no rosto dela. Os dedos são ferozes no teclado e o barulho soa como pequenas metralhadoras. Além do barulho, consigo sentir no ar um cheiro de comida.
-Eu nem olhei para você e sei que não deve estar conseguindo manter os olhos abertos, acertei? - ela diz quando faz uma pausa para me olhar. Franzo as sobrancelhas, mas percebo que eles quase fecham por um instante. Rimos juntas.
-Estou assim também. Ah, e pedi serviço de quarto: carne assada e salada de batatas. Achei que você fosse gostar então é bom comer antes de ir dormir. - me ameaça. Sorrio e acabo de pentear os cabelos molhados, tomando cuidado para não passar o pente em cima do ferimento na cabeça. Ando até a varanda e sinto o vento fresco e calmo. Viro a cabeça e olho para a varanda do quarto de Dylan e James. A luz lá dentro está apagada então eles já devem ter caído no sono.
Entro no quarto novamente e fecho a porta de vidro, a fim de que eles não acordem ao som das nossas vozes.
-Você acha que eles já foram dormir? - pergunto, esfregando o braço com a mão. Todo meu corpo está completamente moído e apenas percebi isso depois que a capsula que Jane me deu deixou de fazer efeito. Pelo menos minhas cicatrizes estão deixando a pele lentamente. Meu pescoço já começou a ficar roxo e ainda está sensível ao toque.
-Provavelmente. James estava cochilando no carro. Por que?
Ela para de escrever para estralar os dedos. Eu, prestes a responder, estatizo no lugar assim que vejo o que ela pesquisa no notebook branco. Na mesa, bem ao lado dele e da mão bem feita de Jane, está a foto do meu avô.
Procura o meu elemento.
Quando volto a olhar para Jane ela me encara.
-Não podemos perder tempo Kate. - diz.
-Mas Jane... meu avô está morto. Em que você está baseando essa, hum, pesquisa?
-Ah, você sabe que eu sou meio neurótica com essas coisas, não é? Fiquei marcando o mapa para encontrarmos o elemento de Dylan e ele sabia o tempo todo com quem estava. Mas olhe só para vocês conseguiram recuperá-lo sem a minha ajuda. Não me leve a mal, mas eu sinceramente pensei que não conseguiriam. Fiquei bastante surpresa.
-Não foi como eu esperei. Toda aquela confusão, o jogo, aqueles olhos violeta de Milies em cima de mim, mas... - estremeço - conseguimos. Com a sua ajuda seria bem mais fácil. E eu sei que você se dedica muito que todos nós, e os elementos, fiquemos em segurança então em momento nenhum se sinta neurótica.
-Obrigada. Você tem razão. Quero que tudo dê certo, que tudo volte a ser como era antes. - murmura.
-O que tinha de mais no antes? - questiono, cruzando os braços.
-O mundo não estava nesse caos! Acho que todos nós queremos acabar de vez essa procura, tirar esse peso de culpa dos ombros. Ter uma vida normal. Você não quer?
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Os Guardiões
FantasyKatherine Johnson jamais imaginou que sua vida mudaria desde que chegou à Nova York. Até que, após completar dezoito anos, recebe uma visita no meio da noite de Janet Lopez, a ruiva misteriosa que carrega a promessa de protegê-la de um mal que a ame...