Os Guardiões

Capítulo 8 - Jane

Nota da autora: Antes de começar esse pequeno capítulo, eu gostaria de agradecer. Eu sei que para muitos pode não parecer grande coisa, mas eu explodi de emoção quando o livro chegou a 1K de visualizações e alcançou #65 em Fantasia. Nada, absolutamente nada, disso teria sido possível se não fosse por vocês. Essa conquista não é só minha, é de vocês também. Então, eu só tenho a agradecer todos vocês que leem, votam, comentam, me mandam mensagens... porque vocês iluminam a minha vida. Muito obrigada, de coração. Desejo a todos uma vida iluminada e repleta de coisas boas <3 

P.S: por esse capítulo ser pequeno (no livro existem esses capítulos que narram como os outros Guardiões descobriram ser Guardiões) amanhã tem outro capítulo, normal. 

1988

Miami, residência dos Lopez, rua Lumo número 159. Cinco e uma da manhã.

O som de chuva embala o sono dos Lopez. Está nascendo uma manhã calma e pacata na Flórida, principalmente na rua Lumo. Só assim para ninguém perceber que um homem alto e magricela de cabelos laranja atravessa de uma calçada a outra com uma caixa de papelão nas mãos e rosto molhado, não só pela chuva.

Bate na porta da última casa da rua.

Uma luz se acende no segundo andar.

–Edrian. – sussurra sua esposa, Gillian, despertando aflita. – Tem alguém batendo na porta!

O homem de lábios finos e um grosso bigode preto resmunga e se remexe na cama. Outra batida faz a mulher exclamar e se levantar com pressa. Ela veste um robe perolado e se dirige a janela, puxando a cortina na tentativa de ver quem lhe incomoda tão cedo numa terça feira. Espreita os olhos.

O ruivo bate mais uma vez.

Gillian abre a janela, põe a cabeça para fora e grita:

–Quem está ai?

O homem lá em baixo, assustado, sai correndo em disparada até virar a esquina. Ela o observa sem entender nada e espera ele sumir do seu campo de visão para descer as escadas.

–Onde já se viu – reclama pisando duro nos degraus – um homem velho vindo pregar peças conosco! Eles nunca amadurecem.

Caminha até a soleira. Quando abre a porta vê a caixa de papelão em cima do seu tapete de boas vindas. Esgueira-se ligeiramente e recua assustada ao perceber que dentro dela há uma criança enrolada em um pano vermelho. Encara a pequena criatura em choque. Coloca a cabeça para fora, procurando pelo homem misterioso, mas não vê ninguém. Puxa a caixa para dentro a fim de não deixar o bebe na chuva.

–EDRIAN! EDRIAN VENHA AQUI! – berra o mais alto que consegue. O marido levanta e corre escadaria abaixo com um taco de beisebol nas mãos.

–É um ladrão? – pergunta esbaforido.

Ela aponta para a caixa e suas mãos tremem. Ele esbugalha os olhos.

–Gil, o que é isso?

–Como assim o que é isso?! Uma criança, não vê?

–Isso eu sei mulher, o quero saber é porque essa criança está nessa caixa e na nossa casa as cinco da madrugada?

Ela revira os olhos.

–Um homem a deixou aqui. – ela se inclina e toma a criança nos braços. Assim que o faz um envelope cai no chão. O senhor e a senhora Lopez trocam olhares confusos. Edrian pega o envelope e nota que não há nada escrito do lado de fora.