23 de Março de 1992
Helena parou o carrinho em frente ao quarto 29, dando duas batidas na porta anunciou:
- Camareira.
Não recebeu nenhuma resposta, bateu mais uma vez e nada.
Olhou a prancheta em frente ao número Daiane tinha feito um pequeno ponto com a caneta, quase imperceptível era um códido entre elas para sinalizar os hóspedes " legais".
Magda, a gerente do hotel trocava as camareiras de setor diariamente era uma maneira de não criar laços entre elas e os hóspedes que na maioria eram trabalhadores de outros estados que estavam em Sergipe para construir os grandes hotéis que ficavam a beira mar.
O hotel Luar e Sol, era pequeno em comparação aos que estavam surgindo, tinha duzentos quartos divididos em quatro andares e oferecia serviços de quarto, lavanderia, café da manhã e jantar. Ficava afastado do mar mas próximo ao centro e bancos.
Helena abriu a porta com sua chave, virando-se para manobrar o carrinho não percebeu o homem dormindo na cadeira.
- Desculpa, eu bati e como o senhor não respondeu... eu volto mais tarde.
- Que horas são? - o rapaz estava atordoado, olhou o relógio e assustou-se,- Estou atrasado.
Helena ficou parada sem saber como reagir, enquanto o rapaz corria para o banheiro.
- Essa não, minha única camisa.- disse ele aparecendo com uma camisa amassada.
- O senhor pode pedir uma na lavanderia.
- Eu não tenho grana, estou economizando...
- Posso cuidar disso pro senhor, fica como uma gentileza do hotel.
- Não vai causar problemas?
- De forma alguma, senhor.
- Pode me chamar de Luis Guilherme.
- Helena.
Ambos estenderam as mãos e naquele aperto suave nasceu um sentimento...
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Engole o choro, guerreira.
Lãng mạnHelena acreditava viver um perfeito conto de fadas com direito a vestido branco, véu, grinalda e um príncipe que professava seu amor publicamente como um mantra sagrado. Mas, e na vida sempre há um "mas", a meia noite adentrou seu castelo de sonhos...