Helena não conseguiu dormir e Paulo ligou pra um advogado criminalista para que representasse Guilherme.
- Helena você vai ficar bem?- perguntou ele ao amanhecer.
- Eu só ficarei bem quando meu menino estiver em casa.
Paulo a abraçou apertado e dando um beijo em sua testa saiu.
- Artigo 33?- comentava o doutor Jean- De 5 a 15 anos, mas tem atenuantes, o rapaz é réu primário e ao que tudo indica não ficou provado que a droga era dele.
-Uma coisa me chamou a atenção.- comentou Paulo.- no telefone o Guilherme falou que estavam em cinco no carro e o delegado citou apenas quatro.
Jean anotou a informação e disse que iria investigar.
Luis Guilherme não quis se envolver com o caso, virando as costas ao filho.
Helena sofreu muito quando Gui foi transferido a uma penitenciária. E na primeira visita passou uma enorme humilhação.
Após duas horas numa fila imensa, a sacola em que trazia algumas coisas para o filho foi revistada e um bolo feito por ela, foi praticamente destruido por guardas que o furaram com facas. Mas o pior ainda estava por vir.
Entrou numa sala, onde havia cubiculos e um banquinho cada um e uma policial feminina sentada em frente a instruiu:
- Tire toda a sua roupa.
Constrangida e trêmula, Helena ficou nua, era impossível evitar as lágrimas.
- Agora dê uma volta. Abra as pernas, abaixe e levante.
Helena notou que as outras mulheres eram mais rápidas que ela, mas não conseguia fazer tudo com agilidade. Era constrangedor, vergonhoso e humilhante.
Quando Gui a viu entrar no pátio não segurou as lágrimas e a abraçou.
- Você veio, mãe.
- Eu sempre estarei com você.
Assim que se acalmaram um pouco, sentaram em um banco e conversaram mas Helena não largava a mão do filho.
Quando foi avisada que havia acabado o horário de visita, chorou de novo.
- Eu vou embora mas meu coração vai ficar aqui com você.- falou ela, traçando o sinal da cruz na testa dele e beijando- o.
Guilherme ficou olhando a mãe se afastar.
- Mãe é mãe, parceiro.- falou um outro presidiário batendo em seu ombro.
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Engole o choro, guerreira.
RomanceHelena acreditava viver um perfeito conto de fadas com direito a vestido branco, véu, grinalda e um príncipe que professava seu amor publicamente como um mantra sagrado. Mas, e na vida sempre há um "mas", a meia noite adentrou seu castelo de sonhos...