Helena recuperou-se bem do parto e acompanhava o marido em diversos eventos, estava feliz e sentia-se segura, talvez segura demais...
Ofereciam um coquetel para alguns casais onde Luis Guilherme apresentaria um projeto para um grupo de construtores.
- E por fim percebam que embora sejam casas populares são bonitas e até mesmo elegantes.- finalizou ele, apontando para um conjunto de plantas sobre uma mesa.
- Amor por que não muda as cores? Acbo que ficaria mais harmonioso.- sugeriu Helena que só ao terminar de falar notou um ar de desaprovação nos demais.
- Pensando bem, sua esposa está certa. Mude as cores.- comentou um dos homens.
Luis Guilherme apenas acenou a cabeça.
O resto da noite foi agradável, porém quando os convidados foram embora ele agarrou a esposa pelo braço e a arrastou até o quarto.
- O que você pensa que é? Sua estúpida. Se quer ser gente estude primeiro sua idiota.- E atirou-a ao chão, chutando-a duas vezes.- Nunca mais faça isso. Você ouviu?
Helena apenas chorava, a filha acordou assustada e chorava no outro quarto.
- Sua ignorante.
- Luis por favor, nossa filha. Nossa filha Luis.- Helena pedia chorando, então recebeu um último chute e o marido saiu do quarto.
Ficou no chão imaginando que ele fora no quarto da filha mas ouviu o motor do carro, levantou-se com dificuldade e foi acalmar a criança.
- A senhora está com alguma dor dona Helena?- perguntou Carmosina na manhã seguinte ao ve-la mancar.
- Eu fiquei muito tempo em pé de salto alto, acho que desacostumei.
- Pois a senhora me desculpe mas onde já viu? Nem saiu do resguardo direito, oxe que não é bom nem pra senhora nem pra bebê.
- Obrigado por se preocupar, eu vou aproveitar que a Ana dormiu e me deitar um pouco.
- Vou preparar uma salmoura pra senhora, tira é tudo essas dores na perna. Eu chego em casa e faço pra mim, santo remédio num sabe?
Helena agradeceu e foi para o quarto, cerca de dez minutos depois Carmosina trouxe um balde com água quente e sal, ao erguer a saia para mergulhar as pernas, Helena viu os hematomas e rapidamente disfarçou.
- Pode ir Carmosina, eu faço isso.
A empregada saiu em silêncio com pena da patroa pelas marcas da agressão.
- Tu precisava de ver Paulo, cada roxo na perna de dona Helena que dava era dó.- comentava a empregada enquanto o motorista almoçava- Mas bem que eu desconfiei homem quando fica nessa lenga lenga e nesse lambe lambe não é coisa boa.
- Mas se eu estivesse, não deixava tamanha covardia.
- E fazia era o quê? Perdia o emprego, apois que tem de toma tento é a mulher e caçar um rumo.
Os dias se passaram e Luis Guilherme agia como se nada estivesse acontecido, voltara a trabalhar no escritório e por vezes passava a noite fora, porém ainda levava Helena a jantares com clientes e suas esposas.
Em abril a mulher voltou a sentir tonturas e enjoos e dessa vez quem a acompanhou ao médico foi Carmosina.
- Bem Helena, parabéns você será mamãe novamente.- disse o médico.
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Engole o choro, guerreira.
RomanceHelena acreditava viver um perfeito conto de fadas com direito a vestido branco, véu, grinalda e um príncipe que professava seu amor publicamente como um mantra sagrado. Mas, e na vida sempre há um "mas", a meia noite adentrou seu castelo de sonhos...