Casamento

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Os meses passaram depressa e setembro trouxe a primavera e o casamento de Luis Guilherme e Helena.

A catedral escolhida para a cerimônia era por si só de uma beleza imensa, com os arranjos de flores e os convidados ficou ainda mais magnífica.

A família de Helena estava presente, além de diversos convidados.

Tudo estava perfeito, a moça enlaçou o braço do pai e ao som da marcha nupcial adentraram a catedral.

Luis Guilherme estava lindo, o bom moço, filho exemplar e promissor engenheiro aguardava aos pés do altar para se tornar o marido, o que Helena não conseguia enxergar era que ele seria um marido rude e cruel.

Após a cerimônia foram recepcionar os convidados em um salão igualmente majestoso, em dado momento Helena percebeu sua família em um canto e separou-se rapidamente do marido para juntar-se a eles.

Luis Guilherme a segurou um pouco mais firme pelo braço.

- Querida vamos cumprimentar  os convidados.- Helena não percebeu a ordem dada no tom de voz suave.

A festa acabou e a vida de casados começou, Luis passava os dias no escritório e Rosalia era quem fazia compania a Helena.

- Fonoaudióloga?- perguntou a jovem, após o marido lhe entregar um cartão.

- Isso mesmo meu amor. Fará bem, vai melhorar sua dicção. Além do mais, o escritório está progredindo e como minha esposa, você terá que manter uma boa comunicação com as esposas dos meus clientes.

- Mas eu falo direito.-  comentou ela.

- Helena fala bem.- disse Rosalia- Mas ir a uma fonoaudióloga pode ser bom, para se expressar melhor.

Helena concordou e levantou-se para guardar o cartão.

Luis Guilherme entrou no quarto e fechou a porta, a mulher estava de costas e sorriu achando que o marido queria um momento a sós com ela,mas então ele a puxou violentamente pelo braço e a fez encará-lo.

- Nunca mais me questione.- disse entre dentes- você acha que com esse sotaque horrível alguém irá entender o que diz?

Helena ficou paralisada, sem reação e foi jogada sobre a cama.

- Quem é esse homem?- perguntava-se entre lágrimas quando ele saiu do quarto.

Engole o choro, guerreira.Onde histórias criam vida. Descubra agora