- Você está muito calada Helena, aconteceu algo?- perguntou Paulo quando a levava para casa.
- O de sempre, a Soraia implicando comigo e, para piorar, agora fica espalhando que teve que limpar o quarto do Luis Guilherme daquela vez.
-Você não o viu mais?
-Não desde a confusão no hotel e espero não encontrá-lo nunca mais.
- E o que disse para a Ana e o Gui?
-Na verdade, eu nunca falei sobre ele, a Carmosina que disse uma vez que o Luis tinha viajado para o exterior. Eles era pequenos, a Ana tinha nove anos e o Gui oito, faz muito tempo.
Paulo entrou na rua onde Helena morava e a mulher notou um carro estacionado em frente a sua casa.
- Quem será a essa hora?- indagou Paulo tão preocupado quanto ela.-desceram do carro e da porta dava para ouvir risadas.
Helena abriu a porta e seu coração disparou ao ver luis Guilherme ali, na sua casa, conversando com os filhos.
- O que ele faz aqui?
- Mãe, o papai achou a gente.-contou Guilherme animado- Ele disse que pôs até um detetive para nos encontrar.
- Finalmente nossa família está completa.- falou Luis Guilherme com cinismo.
- Saia agora da minha casa.-falou Helena entre dentes, lutando consigo para conter a raiva que sentia.
-Peraí, mãe, o papai veio consertar as coisas, ele falou que tudo o que aconteceu foi um grande mal entendido e ...
- Mal entendido, Guilherme? Eu sei tudo o que passei e quero esse homem fora da minha casa agora.
-Mas mãe o papai...
-Não tem mas nem meio mas.- gritou Helena perdendo a paciência de vez.- Esse homem vai sair da minha casa agora.
Paulo que assistia tudo em silêncio, aproximou-se e enlaçando a cintura de Helena, falou:
-Gui sua mãe está cansada, já é tarde, por que você e a Ana não se despedem do seu pai e vão dormir?
Ana estendeu a mão ao pai e incentivou Guilherme a fazer o mesmo, o irmão pensou em insistir com a mãe, mas o pai lhe pediu que fosse dormir.
- Eu entendo sua reação, Helena- disse Luis Guilherme, ignorando Paulo.- Só quero poder cuidar dos meus filhos, dar a eles tudo o que puder e reconstruir minha família.
- Que família? Você não tem família.
-Tem sim ,mãe.-Defendeu-o Gui.
Luis Guilherme encarou-a com desdém, sentia prazer em ver o filho o defender.
-Certo, vamos descansar Helena.-Paulo a conduziu para o quarto.
- O que esse homem quer?-chorava Helena abraçada a Paulo, já no quarto.
- Você tem razão em agir dessa forma, mas precisa se acalmar e entender que seus filhos não sabem de tudo o que passou.
- Eu fui burra, devia ter contado pra eles que tipo de monstro o Luis é, mas, queria poupá-los.
Paulo acariciou seus cabelos e beijou-lhe a testa, sem dizer mais nada, secou as lágrimas de sua face e a beijou tão carinhosamente, que Helena esqueceu-se do mundo.
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Engole o choro, guerreira.
RomanceHelena acreditava viver um perfeito conto de fadas com direito a vestido branco, véu, grinalda e um príncipe que professava seu amor publicamente como um mantra sagrado. Mas, e na vida sempre há um "mas", a meia noite adentrou seu castelo de sonhos...