Nem tudo são rosas

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Com o testemunho de Emilia e as filmagens que mostravam que Helena não havia entrado no vestiário após a joia sumir, Soraia assumiu a culpa e Patricia retirou a queixa alegando um grande mal entendido.

O hotel fizera uma proposta de indenização a Helena que disposta a não criar mais confusão aceitou.

Incentivada por Paulo e Ana, Helena começou um curso de massagem no periodo da manhã e continuou a trabalhar no restaurante a tarde.

Guilherme quase não dava notícias, estava rebelde, agressivo.

Os anos passaram. Em 2014, Paulo atuava como advogado de direitos trabalhistas. Ana que estava com 20 anos, cursava o primeiro ano de Direito. Helena agora massagista,  atendia em uma clínica estética onde fizera amigos.

Numa madrugada de sábado o telefone tocou insistentemente.

- Paulo, cara avisa meu pai que me prenderam.- falou Gui desesperado.- Eu já liguei diversas vezes pra lá, avisa ele cara.

- Gui, calma rapaz. Diga o que aconteceu? Onde você está?

-  Eu estou na delegacia. O delegado me deixou ligar porque falei o nome do meu pai. Avisa que nós cinco fomos pegos.

- Que história é essa? Escuta eu vou pr'ai, pode esperar.

Paulo desligou e Helena que ouvira parte da conversa, já chorava.

- Calma Helena, eu vou lá.- falou Paulo, consolando- a.

- Eu vou com você.

- Helena é melhor você aguardar aqui, não sabemos o que aconteceu e nem como o Gui está...

- Eu já disse que vou.

Paulo não discutiu, trocaram- se e em quarenta minutos chegaram na delegacia.

- Eu quero ver meu filho.- pediu Helena assim que o delegado os atendeu.

- Helena se acalme.- pediu Paulo.

- Eu quero ver o Guilherme, por favor.

Depois de muita insistência o delegado permitiu que ela fosse vê- lo acompanhada por um guarda.

- Qual é a acusação doutor?- perguntou Paulo.

- Os quatro foram pegos com drogas sintéticas, artigo 33.

Guilherme estava numa cela com outros homens embora não fossem muitos, o espaço era reduzido e dava a impressão de aperto.

O guarda chamou Guilherme mas não abriu a cela e Helena enfiou os braços entre as grades para abraça- lo.

- O que você está fazendo aqui mãe? Por que você veio?- Gui estava envergonhado e chorava por ver todo o sofrimento da mãe.

- Sou sua mãe, eu vou aonde você estiver, sempre.

Os dois ficaram assim, agarrados e chorando.

O guarda avisou que tinha acabado o tempo e Helena implorou mais um minuto mas não foi ouvida e entre soluços desesperados saiu.

Paulo a esperava e abraçou- a o mais forte que conseguiu.

- Meu filho, Paulo. Meu menino. Preso feito um bicho...

Engole o choro, guerreira.Onde histórias criam vida. Descubra agora