Paulo e Helena

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Ao fim do espediente no restaurante, Helena voltou para casa com Paulo.

- Não precisa vir me buscar todo dia.

- É um prazer. Mas se eu estiver sendo incoveniente pode falar.

- Não é nada disso Paulo, eu só não quero atrapalhar sua vida.

- Você e seus filhos já fazem pate da minha vida.

Helena sorriu sem jeito.

- E por falar nisso, o Gui pediu pra aprender tocar violão comigo, eu disse que primeiro teria que falar com você.

- Não sabia que você tocava violão.

- Eu arranho.

- Se puder ensiná-lo eu agradeço. Fico preocupada com os dois em casa sozinhos o dia todo.

- Se você me permitir eu posso passar um tempo com eles, o escritório está de recesso e só pego o táxi a tarde.

- Você é um anjo, Paulo.

- Sou não Helena, eu gosto muito de vocês.

- Também gostamos muito de você.

- Você gosta de dançar Helena? É porque vai ter um forró nesse fim de semana e gostaria de te convidar.

- Nossa faz tanto tempo que não danço. Mas podemos tentar.

Paulo sorriu.

- Ainda acordados?- Helena repreendeu os filhos ao chegar em casa.

- Entra ai Paulo, vem tocar uma música pra gente.- chamou Guilherme que estava sentado em frente da casa com alguns amigos.

- Está tarde, sua mãe tem razão, você mais Aninha tinham que estar dormindo.

- Só uma Paulo.- insistiu o rapaz, ajudado pelo grupo.

Paulo olhou pra Helena que concordou com a cabeça.

O homem pegou o violão e começou a dedilhar.

- Toca um sertanejo universitário.- pediu Gui.

- Oxe vou tocar Roupa Nova.Música boa.

Com a voz suave Paulo começou a cantar:

"Dona desses traiçoeiros / Sonhos sempre verdadeiros
Oh! Dona desses animais
Dona dos seus ideais

Pelas ruas ondes andas
Onde mandas todos nós
Somos sempre  mensageiros
Esperando tua voz

Tan, tan,tan batem na porta
Não precisa ver quem é
Pra sentir a impaciência
Do teu pulso de mulher

Um olhar me atira à cama
Um beijo me faz amar
Não levanto não me escondo
Porque sei que és minha
Dona!


Engole o choro, guerreira.Onde histórias criam vida. Descubra agora