Um olhar, um sorriso, uma palavra...

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Na manhã seguinte, em outro setor, Helena limpava um dos quartos quando Daiane entrou toda animada.

- Ai Leninha adivinha?- disse ela sacudindo as mãos.

- Tá doida? Se a dona Magda entrar aqui...

- Deixe de bestage a Magda tá na recepção que a Silvia faltou.

- Então desembucha logo.

- Leninha o paulistinha bem perguntou de tu.

- E o que tem demais?- tentou disfarçar Helena, voltando a varrer o chão.

- Vixi Leninha deixe de sonseira viu? Marilene disse que ele perguntou de tu, quem nesse hotel pergunta de tu? Só a Magda quando tá daquele jeito.

- Perguntou por educação.

- Por educação a gente diz é bom dia.

Alguém bateu na porta e Daiane fingiu que arrumava a cama ao ver a porta se abrir.

- Mar agora precisa é de duas pra limpar um quarto?- perguntou Marilene com as mãos na cintura.

- Virou gerente foi? - retrucou Daiane.

- Olhe aqui as duas deixem de coisa, a dona Magda pega a gente aqui, vai achar que é greve.

- Vim avisar que o paulistinha pediu café no quarto.- anunciou Marilene comemorando com Daiane.

- E daí?

- Dai? Leninha, mar to dizendo que é sonseira. Daí que tu vai levar.- Daiane foi empurrando a amiga pra fora, ignorando os protestos desta.

- Deixe que dou um jeito nesse quarto.- avisou Marilene.

Na cozinha, Daiane preparou uma belíssima  bandeja pondo uma rosa.

Helena bateu na porta e anunciou:

- Serviço de quarto.- não ouviu nenhuma  resposta, insistiu.

Ouviu um ruido como se alguém se mexesse na cama, aguardou um pouco e então a porta se abriu, Luis Guilherme apareceu sonolento com o pijama amarrotado, olhou-a surpreso.

- Bom dia.-disse ela, percebendo que havia algo errado. 

- Bom dia, Helena.- respondeu ele.

E, olharam-se, ali parados um de frente para o outro.

- O senhor pediu café da manhã?

- Não, acho que confundiram meu recado na recepção, eu disse que iria dormir até um pouco mais tarde hoje e pedi para te avisarem que não precisava vir limpar o quarto.

Helena entendeu tudo, óbvio as amigas haviam armado aquela ceninha, como Magda estava na recepção deve ter passado o recado, e elas aproveitaram para armar tudo.

- Eu até adoraria esse café, sua bandeja está tão convidativa, mas estou sem verba.- justificou.

- Acho que foi mesmo um engano, mas posso deixar aqui, fica como uma gentileza.

- Tem certeza? Não quero causar problemas.

- Imagina, não  tem problema, fica como um pedido de desculpas por te acordar e pelo equivoco, posso deixar sobre a mesa?

Luis Guilherme deu passagem a moça, que depositou a bandeja sobre a mesa.

- Obrigado pelas presilhas.- disse ela e como ele pareceu surpreso, continuou;- Encontrei ontem e como tinha meu nome eu pensei...

- Eram pra você mesmo, eu sou meio lento quando acordo, que bom que gostou.- Luis abriu um lindo sorriso.

Helena agradeceu novamente e saiu do quarto.

Engole o choro, guerreira.Onde histórias criam vida. Descubra agora