Os dias foram passando normalmente, mas para Helena eram agora enfeitados por olhares e sorrisos de Luis Guilherme.
O rapaz sempre criava uma oportunidade para ve-la e por mais rápido que fosse, fazia questão de falar com ela, de dizer seu nome com aquela voz firme e doce.
Descobriu que a jovem tinha uma hora de descanso a tarde e procurava encontrá-la nesse momento, primeiro foram conversas sobre as famílias, as cidades em que moravam e os desejos e sonhos em comum.
Uma tarde ele a convidou para um sorvete, ela aceitou. Na pracinha, as mãos se tocaram, ele fez propositalmente e ela não tirou a mão.
Logo os olhares de um para o outro comunicavam mais que as palavras sem sentido e os risinhos bobos.
- Muito bom esse sorvete.- desconversou ela.
- Posso provar?
- Claro.- ela estendeu o sorvete na direção do rapaz que sorriu diferente, quase com malícia e se aproximou demais de sua face, quando a jovem entendeu que seria beijada, já estava sendo.
As bocas geladas se tocaram e as linguas se buscaram, os sabores do sorvete se misturam, tanto quanto os sentimentos e depois desse beijo vieram muitos outros.
Helena perdeu a hora do trabalho naquele dia e nos demais dias perdeu o medo, a vergonha e o juizo, amava pela primeira vez e seu coração a dominava.
Luis Guilherme declarava seu amor com palavras bem escritas em cartões e deixadas em lugares estratégicos pelo hotel, além de flores e agrados.
- Virgi Leninha então é namoro mermo.
- Sei lá se é, Daiane? Sei que ele disse que vai me levar mais ele.
- Eita que Leninha pra São Paulo.
- Ele me chamou pra ir no coquetel do Palace.
- E tu vai? Eu bem que ia, ficar no meio da grãfinada tudo.
Helena sorriu.
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Engole o choro, guerreira.
Lãng mạnHelena acreditava viver um perfeito conto de fadas com direito a vestido branco, véu, grinalda e um príncipe que professava seu amor publicamente como um mantra sagrado. Mas, e na vida sempre há um "mas", a meia noite adentrou seu castelo de sonhos...