Irresponsabilidade

299 39 8
                                    

- O Gui levou suspensão hoje.- comentou Ana.

- Por que?- perguntou Helena.

- A supervisora pegou ele bebendo na quadra com uns amigos.

- Bebendo? Bebendo o que, se ele nunca experimentou uma gota de álcool?

- Mas estava bebendo mãe. A diretora chamou o papai pra conversar, não sei se ele foi.

- E por que não me chamou?

- O Gui disse que era pra chamar o papai.

Helena tentou disfarçar a tristeza ao ouvir as palavras da filha.

- Não liga mãe, logo o Gui vai ver que fez besteira e voltar pra casa.

Helena abraçou Ana e agradeceu por pelo menos ela não se deixar levar pelo dinheiro do pai.

Na tarde seguinte, Helena estava de folga no restaurante e ao sair do hotel foi até o escritório de Luis Guilherme.

O prédio era o mesmo mas agora os sócios de Luis Guilherme e ele próprio atendiam em dois andares decorados com muito luxo.

- Boa tarde o Luis Guilherme está?

- Quem devo anunciar?- perguntou a recepcionista muito educada.

- Helena.

A moça pediu que ela aguardasse um momento e após falar com Luis, a acompanhou até sua sala.

- Obrigado.- disse Helena assim que a jovem abriu a porta para ela.

Luis Guilherme sorria atrás de uma mesa de vidro, Patricia a olhava de cima a baixo, sentada num sofá próximo a janela.

- Eu vim para falar sobre o meu filho.

- Nosso filho você quer dizer. Por favor, sente-se.

- Não porque serei breve. Soube que o Gui foi pego bebendo na escola.

- Ora Helena, isso é coisa de adolescente.- comentou Patricia.

- Eu não estou falando com você.- Helena fulminou-a com o olhar.- E quanto a você, Luis Guilherme espero que haja como pai e corrija o nosso filho.

- Agora quer que eu o corrija?

- Eu nunca permiti que ele bebesse e sim, quero que o corrija, melhor dizendo, quero o eduque e que assuma o papel de pai.

- O Guilherme não é mais uma criança.

- Mas é um adolescente e precisa de alguém que o oriente e se você não for capaz de impor limites a ele eu o farei.

- Como? Já esqueceu que ele escolheu morar comigo?

- Eu irei onde for preciso para garantir a segurança do meu filho e se for preciso ficar diante de um juiz para provar que você está prejudicando meu filho, não tenha dúvida de que eu irei.

- Não me ameace.

- Mas isso não é uma ameaça é uma promessa. Não tenho mais nada pra te falar.

- Acha que pode vir aqui, falar o que quiser e sair assim?

- Não acho nada.- sem mais nenhuma palavra, Helena saiu.

- Abusada ela.- comentou Patricia.

- Vou acabar com toda essa pose.- ameaçou Luis.

- Eu faço questão de colaborar.-  disse Patricia.

Engole o choro, guerreira.Onde histórias criam vida. Descubra agora