Um adeus doloroso

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Após aquele episódio, Luis Guilherme passou a agir normalmente, voltando a tratá-la muito bem e Helena mais uma vez ignorou a reação violenta do marido.

Um novo ano começara e Rosalia adoecera gravemente.

Helena cuidou de sua amiga e sogra até o fim, e numa manhã chuvosa de março ao levar o café da manhã para ela, Helena a encontrou sem vida.

Foi muito rápido o velório e o enterro. Luis Guilherme sofreu muito com a morte da mãe e Helena além da solidão passou a ter que enfrentar a indiferença do marido.

- Hoje faz um ano que nos conhecemos.- comentou ela durante o jantar.

- O tempo passa rápido e, antes que eu me esqueça, a Patrícia conseguiu uma professora de etiqueta para você, ela virá as quartas-feiras.

- Aqui em casa?

- Sim. Não seria adequado que minha esposa fosse vista em cursos de etiqueta. Agora que minha mãe morreu, alguém precisa te ensinar como se portar.

- Sabe, meu amor, eu tenho me sentido muito só.

- O que quer que eu faça?

- Eu pensei que talvez, pudesse fazer algo no escritório.

- É mesmo?- Luis Guilherme a olhava pela primeira vez durante a conversa- E pensa em fazer o quê?

- Talvez, ser sua secretária.

Luis Guilherme riu e por um breve instante o coração de Helena se encheu de esperança.

- Você tem muito senso de humor- disse ele- mas nenhum senso do ridículo. A Giovana, minha secretária tem faculdade e pós graduação. Aliás a recepcionista tem faculdade, você poderia trabalhar lá talvez como faxineira, mas nem pra isso serve, basta olhar como essa casa esta um lixo.- Luis levantou-se.

- Não vai terminar de jantar? - perguntou ela, num fio de voz.

- Não, ultimamente a comida também está horrível.- disse ele com indiferença.

Helena fingiu não se importar mas o gosto salgado das lágrimas misturou-se a comida e a  mulher sentiu um gosto amargo.

Engole o choro, guerreira.Onde histórias criam vida. Descubra agora