Capítulo 9

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Finalmente chegou o dia do ensaio para o casamento. Anahí, sentindo-se impotente para mudar o destino, desejou que as horas passassem rápidas e que o pesadelo acabasse rapidamente. O casamento de Alfonso enterraria sua esperança de ser feliz. Sua vida seria outra a partir daquela data fatídica. Pensando assim, levantou-se às sete, tomando cuidado para não acordar Giovanna que tinha chegado em casa muito tarde naquela noite.

Mas, para sua surpresa, Giovanna desceu a escada vinte minutos depois.

Anahí: Já se levantou? -falou e virou-se sorrindo para cumprimentar sua irmã gêmea. O sorriso morreu em seus lábios quando viu os olhos vermelhos e inchados de Giovanna. Sua aparência era horrível-

Sem dizer uma palavra, Anahí serviu uma caneca do café quente e entregou para a irmã.

Anahí: Sente-se e tome o café. Depois me conte o que aconteceu. -os olhos de Giovanna encheram-se de lágrimas-

Giovanna: Carlos... Vai embora na segunda. Ele está voltando para o México. Eu... Nunca mais vou vê-lo e não posso suportar a ideia. -as lágrimas rolaram por seu rosto triste-

Anahí sentiu pena ao ver a angústia da irmã. Para consolá-la, abraçou-a e Giovanna chorou em seus ombros. Cada soluço de sua irmã querida era como um golpe no coração de Anahí. Ela a manteve assim por um longo tempo, passando as mãos pelos cabelos da irmã, imaginando o que o destino reservara para todos eles.

Quando Giovanna finalmente parou de chorar, Anahí perguntou:

Anahí: Carlos está indo embora por sua causa?

Giovanna: Está. Ele pediu transferência. Disse que não poderia viver aqui sabendo que eu estava casada com outro homem. Ele... disse que me ama e que pensar em mim nos braços de outro seria muito cruel para ele.

Bem, Anahí pensou um pouco aliviada, pelo menos Carlos estava demonstrando ser uma pessoa decente. E devia mesmo amar Giovanna, se chegara a pedir transferência só para não sofrer a tentação de vê-la outra vez.

Anahí: Ele chegou a pedir para você ir com ele, casar-se com ele?

Giovanna: Muitas vezes.

Anahí sabia que não devia, mas uma pontada de esperança insistia em procurar espaço em seu coração. Afinal, ela não era uma heroína. Era apenas um ser humano carente de afetos.

Anahí: E... O que você respondeu?

Giovanna: O que eu poderia responder? Que era impossível. Que não poderia ir com ele. Como posso me casar com ele, Any? Meu casamento com Alfonso é amanhã! Amanhã! -ela sentou-se em uma cadeira. Parecia completamente esgotada, como se a vida não lhe pertencesse mais-

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Assim que terminaram a sobremesa, Enrique Portilla levantou-se e pediu a atenção de todos. O murmúrio dos convidados cessou e os convidados voltaram-se para ouvir o anfitrião.

Enrique, a felicidade estampada em seu rosto, pegou sua taça de champanhe, levantou-se e sorriu para Giovanna e Alfonso à sua frente.

Enrique: Para Giovanna, minha filha querida e para Alfonso, que sempre foi como um filho para mim. Amanhã será o dia que estive esperando por anos, o dia que vai marcar oficialmente a fusão de nossas famílias. -ele levantou a taça mais alto ainda- Que vocês sejam muitos felizes juntos e que me deem muitos netos!

Os convidados sorriram, brindaram e beberam champanhe.

Anahí sorveu um gole da bebida e olhou para Giovanna. Ela estava linda em seu vestido preto de noite. O esforço por parecer feliz e tranquila era visível para um observador mais atento. Mas felizmente ninguém pareceu perceber que seu sorriso era forçado e que seus olhos não espelhavam nenhum brilho de felicidade. Anahí era a única que via a infelicidade e o desespero escondido atrás daqueles olhos tão iguais aos seus.

Substitute [ADP]Onde histórias criam vida. Descubra agora