Naquela manhã, logo depois de Alfonso ter saído apressado para o trabalho, ela prometeu contar a verdade para ele à noite, não importando o que acontecesse. Mas o destino não estava colaborando. Como podia ser a causadora de mais sofrimento a uma pessoa que amava tanto? Seu coração bondoso não lhe permitiria fazer aquilo com nenhuma pessoa, quanto mais com seu amado Alfonso. Ao contrário, faria tudo ao seu alcance para ajudá-lo a carregar aquele fardo que era o estado crítico da avó dele.
Anahí suspirou resignada. Não podia fazer nada. A verdade, que já esperara por mais de uma semana, teria que esperar até que Georgina estivesse fora de perigo.
Havia mais um problema a considerar: seu trabalho para a exposição. Enquanto não conversasse com Alfonso não poderia pintar. E continuar sendo Giovanna tinha outras implicações. Afinal, Giovanna tinha seus próprios afazeres de trabalho. As pessoas iriam cobrar dela os compromissos de sua irmã. O que fazer?
Mas como poderia pensar só nos seus problemas quando a avó de Alfonso estava correndo risco de vida?
Sentindo-se culpada e egoísta, Anahí decidiu que não se preocuparia com a exposição por enquanto. Se não tivesse tempo para concluir seus trabalhos, falaria com Blythe e aguardaria até o próximo ano. Ela ficaria triste em perder aquela oportunidade, infelizmente. Porém, continuar sendo Giovanna era uma outra, história. Continuar com aquela farsa seria dez vezes mais difícil em Londres do que tinha sido em Colombé. Lá na ilha, a única pessoa com quem tinha que se preocupar era Alfonso. Londres era, para ela, uma cidade cheia de armadilhas, dezenas de chances de cair em contradição. Isso sem falar nos amigos comuns.
Dr. Burnside: Vou voltar para o meu consultório. Deixei instruções para me chamarem se houver alguma alteração no quadro de sua avó. Se tudo correr bem, estarei de volta lá pelas oito. Você vai estar aqui?
Alfonso: Com certeza. -respondeu e olhou para Anahí-
Anahí: Eu também vou ficar.
Alfonso: Meu amor, você não precisa ficar. -disse um pouco depois- Sei que está exausta. Por que não vai para casa e descansa um pouco?
Já estava anoitecendo. Enrique Portilla já tinha ido embora há algum tempo.
Alfonso: Você, também, Virginia. Giovanna pode te dar uma carona.
Anahí começou a protestar, mas compreendeu que ele estava preocupado com Virginia. Ela parecia cansada, sentada naquelas cadeiras desconfortáveis desde cedo da manhã.
Alfonso: Não se preocupe comigo. -ele percebeu a hesitação dela-
Anahí: Por quanto tempo mais está planejando ficar?
Alfonso: Quero ficar até o Dr. Burnside voltar.
Virginia: Vamos esperar com você.
Anahí: É uma boa idéia, Alfonso, ele voltará em uma hora.
Alfonso: Mas não há necessidade de ficarmos os três aqui. Não podemos fazer nada pela vovó agora. É melhor vocês irem para casa descansar. Amanhã precisaremos nos revezar para fazer companhia para ela.
Anahí: É, acho que você está certo. -concordou, embora odiasse deixá-lo sozinho naquele corredor frio de hospital. Ao mesmo tempo seria bom ir para casa, porque precisava ligar para Giovanna ainda naquela noite-
Anahí estava dividida. Queria ficar lá com Alfonso, pelo menos como apoio moral, mas sabia que era imperativo ligar para Giovanna o mais rápido possível. Não podia correr o risco de esperar que algo acontecesse antes de ter se entendido com a irmã.
Alfonso: É o melhor, acredite em mim. -ele reafirmou e deu-lhe um leve beijo nos lábios, abraçando-a por um longo momento-
Quarenta minutos mais tarde Anahí estava outra vez discando o número que Giovanna deixara na secretária eletrônica. Para seu alívio, a mesma mulher atendeu ao telefone. Pelo menos ela não teria que explicar tudo novamente para outra pessoa.
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Substitute [ADP]
Fanfiction"Eu os declaro marido e mulher..." Anahí simplesmente não conseguiu dizer a Alfonso que sua irmã gêmea, Giovanna, o tinha abandonado à porta do altar. Então, num ato de desespero, colocou o vestido da irmã, sem ninguém perceber. Partiu para uma lua...