Capítulo 28

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Alfonso, sentado preguiçosamente sob o guarda-sol, observava Giovanna colhendo conchas na praia, com um sorriso de contentamento em seu rosto. Jamais esperara ser tão feliz. Giovanna era meiga, doce, apaixonada e sempre bem humorada. Tinha um raciocínio rápido e, apesar de tímida, entendia muito bem todas as insinuações que eram jogadas no ar. Ele não conseguia deixar de sorrir toda vez que lembrava aquela primeira noite, quando ela saíra do banheiro, morta de vergonha. E ele não se cansava de admira-la. Naquele momento, por exemplo, contemplava o modo como o biquíni branco, que mal lhe cobria as curvas, fazia contraste com a pele dourada. Giovanna tinha uma pele ótima para sol. Jamais ficava avermelhada. Por isso, quatro dias depois de terem chegado à ilha, ela exibia um bronzeado saudável, de fazer inveja. Parecia ter muita intimidade com o sol.

Pensar nela era um prazer constante. Os dois tinham muito mais em comum do que ele imaginara. Seria muito fácil fazê-la feliz. Giovanna era uma pessoa de hábitos simples e conseguia abstrair alegrias das mínimas coisas, como mostrava o brilho em seus olhos ao se deparar com uma concha bonita. Tinha o sorriso pronto e qualquer tarefa era efetuada com prazer. O convívio com a esposa seria um aprendizado diário, pensou Alfonso. Aliás, muito já aprendera com ela. Inclusive enxergá-la com outros olhos. Ia longe o tempo em que se lembrava dela ansiosa e apreensiva. Nem ao menos se recordava dos momentos de tensão que viveu quando a mente era ocupada por dúvidas atrozes quanto ao seu relacionamento. E apenas quatro dias se passaram depois do casamento. Parecia uma transformação radical. Não que ele não apreciasse seu jeito tresloucado, sempre em busca de novas aventuras. Mas naquele instante o que mais o agradava era descobrir a serenidade em seus olhos, suas atitudes eram comedidas, demonstrando calma e satisfação. Não poderia ter maior prova de amor do que vê-la contente e realizada a seu lado.

Como não percebera antes que ela era assim? Deveria estar cego de amor para não ver aquelas qualidades dela também.

Aliás, aquela nova faceta de Giovanna o fazia lembrar-se de Anahí. Ela, sim, era calma, pensativa, observadora.

As duas irmãs eram muito mais parecidas do que ele pensava. Quem poderia ter imaginado que Anahí fugiria para se casar? Afinal, todo mundo sabia que quem gostava de aventuras e emoções fortes era Giovanna. E agora Giovanna estava mostrando que era tão moderada e contida quanto Anahí. O ser humano era mesmo imprevisível, como uma caixa de surpresas, ele concluiu.

E como Anahí estaria, lá no México? Será que tinha se casado? Tomara que sim, ele pensou. Para o bem dela e de toda a família. Quem sabe, àquela altura, ela já teria ligado para o pai e explicado o motivo de seu inusitado e inesperado comportamento.

Talvez ele e Giovanna pudessem visitar Anahí dentro de um mês ou dois. De tanto trabalhar, Alfonso não teve tempo para usufruir de suas férias. Talvez aquela fosse a oportunidade que faltava para aproveitar dos benefícios de ser o dono de uma empresa. E como Giovanna administrava seu próprio tempo, poderiam visitar a cunhada e o misterioso Carlos. Assim, também verificariam se Anahí estava mesmo feliz com a sua escolha.

Enquanto o sol bronzeava sua pele, seus pensamentos corriam soltos. E Giovanna, claro, era seu foco principal. Naquele instante, por exemplo, ele se deliciava ao observá-la ocupada em tirar a areia das conchas que recolhera.

Quando ela se abaixou um pouco mais, a visão daquele corpo protegido parcamente pelas tiras do biquíni fez seus instintos reagirem de uma forma incontrolável. Quando ele pensava no desconforto de uma ereção em plena praia, Giovanna levantou a cabeça e olhou sorrindo para ele. Com as mãos cheias de conchas, ela caminhou devagar até o guarda-sol dele.

Anahí: Você está com uma expressão diferente. No que está pensando? -perguntou, sentando-se na toalha ao lado dele-

Alfonso: Você acreditaria se eu dissesse que a minha maior preocupação é a paz do mundo?

Anahí: De jeito nenhum.

Os olhos dela brilhavam como o sol da manhã. Inclinando-se, ela o beijou. Um beijo doce, quente, um beijo de puro amor.

Anahí: Sei que você se preocupa com a paz do mundo, mas posso jurar que não é esse seu pensamento agora.

Alfonso: Minha linda esposa está sempre certa. -ele concordou, enquanto colocava a mão sobre a coxa dela- Para falar a verdade, eu estava pensando em Anahí.

Anahí: E o que você pensava sobre Anahí, posso saber? -ele sorriu e começou a deslizar a mão devagar-

Alfonso: Eu estava pensando no quanto vocês duas são muito mais parecidas do que eu supunha.

Anahí: Somos, é?

Alfonso: São. -confirmou, olhando-a nos olhos, a voz rouca, as mãos agora na parte interna da coxa dela-

Anahí: O que mais você estava pensando?

Alfonso: Eu estava pensando que gostaria muito que ela fosse feliz.

Anahí: Tenho certeza de que ela é feliz. Muito feliz, eu diria.

Anahí mal podia falar. Aquela mão atrevida que descobriu seu corpo da forma mais ousada possível, estava agora afastando o biquíni para que os dedos alcançassem seu ponto mais sensível. Ela fechou os olhos e arqueou o corpo para trás. Como resposta àquela invasão tão sensual, o bico dos seus seios intumesceram.

Anahí: Alfonso...

Alfonso: O que foi, meu bem?

Anahí: Alfonso... Alguém pode nos ver.

Anahí não se reconhecia. Jamais, em toda sua pacata vida pudera imaginar-se no centro de uma cena como aquela, em plena praia. Um resto de sanidade ainda lhe dizia que deviam parar, mas seu corpo clamava por mais. Fora vencida pelo desejo, pois nem ao menos protestou quando ele abaixou seu biquíni discretamente.

Alfonso: Então vamos entrar, agora, por favor... -implorou, enquanto espalhava beijos molhados sobre a barriga aquecida pelo sol. Em nenhum momento seus dedos deixavam de acariciá-la, provocando-a intimamente até deixá-la completamente úmida de amor.

Anahí: Você é mesmo insaciável. –gemeu em seu ouvido-

Alfonso: Quer que eu pare?

Anahí: Não, por favor...

Ele a beijou na boca, um beijo profundo e sedento.

Alfonso: Você me quer?

Anahí: Muito.

Alfonso: Então abra os olhos para que eu possa ver neles o desejo por mim.

Ele adorava ver aqueles olhos transbordando de paixão quando ela estava perto do clímax. Amava saber que fora o responsável por tal prazer, que transparecia em sua fisionomia. Sentia-se feliz por saber que era sua fonte de deleite. Seriam loucos a ponto de se entregarem ali mesmo, na praia?

Alfonso: Você me quer agora?

Anahí: Sim, agora mais do que nunca.

Querendo demonstrar sua necessidade Anahí roçou levemente o sexo dele, sentindo-o ereto e cheio de cobiça. Alfonso gemeu. E como não aguentava nem mais um minuto, ele levantou-se, ajudando-a a levantar-se também, livraram-se das roupas de banho e correram nus para o mar. E lá, envoltos apenas pela espuma das ondas, ele a penetrou, ritmadamente, sem pressa, até que ambos gritaram na agonia do prazer tão intenso. E tudo que Alfonso pôde fazer foi segurá-la com força e esperar que não morresse de prazer. Quantas vezes tinham feito amor desde o casamento? Anahí perdera a conta.

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