Capítulo 50

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Alfonso entrou, e Anahí deu alguns passos para trás. Ele fechou a porta com força, fazendo Anahí pular com o susto. O seu corpo inteiro tremia.

Alfonso: Você ia fugir, Anahí? –perguntou com a voz fria-

O modo irônico como ele falou seu nome fez com que ela fechasse os olhos e respirasse fundo. Estava a pontos de cair em um choro compulsivo com tanta angustia que estava sentindo, sabendo que nunca mais seria feliz. Ele caminhou até a sala, e ela o seguiu.

Anahí: Alfonso, por favor... –pediu com a voz baixa- Eu sei que tenho que dá algumas explicações... -a frase foi interrompida por Alfonso, que estava de costa para ela, apoiado sobre a mesa-

Alfonso: Eu não quero que você me explique nada, porque o que você fez não tem explicação! –falou num tom mais alto- Você tem noção do que fez? O que você fez foi desprezível...

Anahí se sentou no sofá, os seus joelhos não estavam suportando o peso do seu corpo e o olhar de ódio que ele lhe lançava. Ela ia ouvir tudo o que ele tinha para dizer, ela merecia, tentou segurar as lágrimas mas elas venceram e começaram a rolar por seu rosto.

Alfonso: Como eu fui burro!Meu Deus, você me fez de idiota todo esse tempo. –ele falava andando de um canto para o outro, enterrando os dedos nos cabelos-  Até que ponto vocês iriam nessa brincadeira? Hein, Anahí? –gritou- Responda! Até quando você iria continuar me fazendo um brinquedo seu?

Ver Alfonso a acusar daquela forma era doloroso, mas ela sabia que merecia todas aquelas acusações e ofensas, por mais injustas que elas fossem. Cada palavra, cada insulto, era como uma faca que entrava em seu peito, travando sua voz, a impedindo de dizer qualquer coisa que lhe defendesse.

Alfonso estava vermelho de tanta raiva. Um silêncio surgiu por alguns segundos, fazendo o choro de Anahí se acalmar. Ela se levantou, tentando ir até ele, mas antes que chegasse, ele voltou a falar.

Alfonso: Acho que já sei porque você fez isso. –ele disse mais calmo, mas o tom irônico naquelas palavras não passou despercebido- Era sexo, não era? Você estava tão desesperada por sexo assim, para fazer isso?

O rosto de Anahí corou, e ela o olhava incrédula.

Anahí: Alfonso, não! –pronunciou com firmeza-

Alfonso: Você poderia desistir da sua carreira de pintora. –continuou- Você é uma ótima atriz, Anahí. Eu realmente cai feito um idiota nessa brincadeira de vocês duas.

Anahí: Alfonso, por favor... –pediu aos prantos. Ela tinha a vista embaçada por tantas lágrimas. Todos os seus pesadelos estavam se concretizando naquele momento. Ele a odiava, e ela não estava conseguindo suportar- Eu menti sim sobre quem eu era, mas eu não menti quanto aos meus sentimentos. Tudo que aconteceu foi verdadeiro, Alfonso. –conseguiu dizer com a voz embargada-

Alfonso: Não se dê ao trabalho de me contar mais mentiras, por favor. –a interrompeu- Eu não acredito em você. Você é uma mentira. –falou com desprezo, e o choro de Anahí aumentou. Ela sentia as penas fracas outra vez, mas não sentou-se-

Anahí: Alfonso, eu amo você. –falou com a voz baixa- Você disse que me amava.

Alfonso: EU AMAVA A GIOVANNA. –gritou a interrompendo outra vez- Era com ela que eu ia me casar! Era ela quem eu amava.

E ele acabava de destruir ainda mais seu coração.

Alfonso: Mas, você sabe que... –ele respirou fundo, as mãos na cintura, a encarando com um sorriso presunçoso nos lábios, que fez Anahí tremer com o que viria- Eu me diverti com você. Até que você é boa de cama... –despejou, e ela sentiu os olhos se abrirem ao máximo lhe encarando- Meu pesar é que, eu aposto que Giovanna é muito melhor, assim como em todo o resto.

Foi impossível se segurar. Anahí levou a mão com força até o rosto dele, fazendo o estalo ecoar na sala.

E pensar que ele não poderia lhe machucar mais do que já tinha feito... Doce ilusão.

Anahí: Você não tinha esse direito, Alfonso. –falou ainda com a voz chorosa-

Alfonso: Eu não tenho direito? –perguntou- Você brincou comigo, Anahí! Quem não tem o direito de qualquer coisa aqui, é você. Saia da minha casa, saia da minha casa, agora. Eu não quero ter que olhar para você, nunca mais.

Tudo o que Anahí tanto temeu, tanto quis evitar, aconteceu. Alfonso estava transtornado de ódio. A magoou com as piores palavras possíveis, e jogou fora todas as possibilidades de eles um dia ficarem juntos.

Anahí foi até onde estava sua mala, e a pegou. O choro havia lhe dado uma trégua, mas a dor ainda permanecia, impiedosa.

Antes de sair, ela pensou em dizer tudo o que tinha para falar antes dele começar a lhe acusar e lhe ofender sem parar. Pensou em dizer que tudo o que fizera foi por amor, pelo enorme amor que sempre sentiu por ele. Que se colocou no lugar da irmã para ele não sofrer, para não ser humilhado, e nunca para brincar com seus sentimentos. Pensou em dizer que tudo havia sido verdadeiro, que em nenhum momento ela mentiu quando disse que o amava... Mas desistiu. Não valeria mais a pena, depois de tudo o que ele lhe dissera.

Então, ela apenas abriu a porta, levando com ela sua bolsa, a mala, algumas lágrimas, e um coração totalmente despedaçado.

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