Finalmente, às dez e meia, ele entrou. Exausto. O coração de Anahí se contraiu ao ver o rosto amado refletindo tanto cansaço.
Alfonso: Sinto muito sobre o jantar. -ele falou, abraçando-a-
Anahí: Não faz mal.
Anahí usou a desculpa de servir um copo de vinho para ele para livrar-se do abraço. Também não conseguia olhar diretamente em seus olhos.
Anahí: Você gostaria de comer agora ou prefere descansar primeiro? -ele sentou-se no sofá e fechou os olhos-
Alfonso: Estou cansado demais para comer. Você se importa?
Anahí: Claro que não.
Ele abriu os olhos e sorriu para ela.
Alfonso: Sinto muito, meu amor. De verdade. Sei o trabalho que teve preparando tudo.
Anahí: Não se preocupe. Isso não é importante.
Ele fechou os olhos outra vez, encostando a cabeça no sofá.
Alfonso: Hoje foi um dia muito tumultuado.
Tudo que Anahí queria fazer era colocar os braços em volta dele, beijá-lo muito, confortá-lo. Sabia que tinha poder para fazer desaparecer as contrariedades do dia, mas não tinha o direito. Qualquer envolvimento físico entre os dois só tornaria sua tarefa mais difícil. E não queria continuar com aquela farsa por mais nem um dia.
Mas como tocar no assunto quando ele estava tão cansado?
Para de procurar desculpas para adiar o inevitável.
Anahí engoliu seco. Juntando as mãos trêmulas, sem olhar direto para ele, deu o primeiro passo para cumprir sua promessa.
Anahí: Alfonso...
Alfonso: Sim? -ele perguntou, sem abrir os olhos-
O coração dela se condoeu. Seria tão malvada assim a ponto de arrasar com uma pessoa que já estava arrasada?
Enquanto hesitava, ele abriu os olhos outra vez e tomou um gole do vinho.
Alfonso: Odeio meu trabalho. Se eu parasse amanhã nem sentiria falta dele.
Haveria coisa pior que alguém odiar o próprio trabalho, Anahí pensou? Oh, sim, muitas coisas. Como ter Alfonso odiando-a pelo resto da vida. Nada seria pior que aquilo. Nada.
Anahí: E por que você não para, então?
Alfonso: Você sabe por que.
Anahí: Alfonso, se você decidir mesmo sair, sua avó vai ficar desapontada em princípio, mas depois ela acaba superando isso. Se eu fosse você, teria uma conversa franca com ela. Tenho certeza de que ela vai entender. Quando você explicar a ideia do rancho para os meninos carentes, ela vai ficar orgulhosa de você.
Alfonso olhou tão espantado para ela, que Anahí ficou em dúvida se teria dito alguma coisa que não devia.
Alfonso: É fácil para você dizer isso. Não é com você que ela conta.
Anahí: Sinto muito. Desculpe ter falado assim. Esse assunto não é da minha conta.
Alfonso: Não foi isso que eu quis dizer.
Mas se não fora assim, porque aquela expressão estranha que vira no rosto dele?
Alfonso: Baby... -ele colocou o copo de vinho na mesinha ao lado, estendeu os braços e a fez sentar-se em seu colo. Anahí sabia que era um erro permitir que ele fizesse aquilo, mas não teve força de vontade suficiente para resistir- Venha cá. Eu não quis ofender seus sentimentos. -ele acariciou-lhe o rosto e sorriu para ela- Tudo que se refere a mim é da sua conta. Eu só estou muito cansado. Nem sei direito o que estou falando. -ele abaixou a cabeça e a beijou-
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Substitute [ADP]
Fanfiction"Eu os declaro marido e mulher..." Anahí simplesmente não conseguiu dizer a Alfonso que sua irmã gêmea, Giovanna, o tinha abandonado à porta do altar. Então, num ato de desespero, colocou o vestido da irmã, sem ninguém perceber. Partiu para uma lua...