Pelo menos duas vezes por dia. Houve dias em que chegaram a três ou quatro. Quando poderia imaginar que até as areias de uma praia distante serviriam de cenário para suas juras de amor? Ela, Anahí, a filha comportada de Enrique Portilla, fizera amor na praia. Ninguém acreditaria se ouvisse aquela história. Não fora muito confortável, tinha que admitir, mas a excitação e o desejo incontidos compensavam qualquer sacrifício. Fazer amor numa situação tão inusitada, correndo o risco de serem flagrados era o máximo que poderia esperar de si. Mas a companhia de Alfonso fazia-a superar qualquer medo, a vida parecia mais alegre e tinha um sabor de aventura. Proibida ou não.
Um pouco mais tarde, enquanto conversavam, Alfonso disse:
Alfonso: Se mantivermos esse ritmo, vou ter um ataque cardíaco antes de sairmos dessa ilha. Mas se eu morrer por esse motivo, pode ficar certa que vou morrer muito feliz.
Ela também morreria feliz. Aliás, para ela bastava desfalecer nos braços de Alfonso, em qualquer circunstância, que morreria muito feliz. Mas havia mesmo um exagero no número de vezes em que faziam sexo. Tinham feito amor naquela manhã, quando acordaram, depois na praia, e ainda tinham a noite pela frente.
Anahí mal podia esperar pela noite. Queria encher a banheira e convidar Alfonso para entrar com ela. Adorava tomar banho junto com Alfonso. Havia alguma coisa de imoral, maliciosa e... Maravilhosa, quando sentava no colo de Alfonso, na banheira com água morna e sais de banho.
Sentia a ereção dele entre suas pernas, enquanto as mãos másculas e mágicas a ensaboavam.
Fizeram aquilo na segunda noite em que estavam na ilha. Fora um ritual completo, à luz de velas, com uma música suave ao fundo e a janela aberta para deixar a brisa da noite entrar. Fora a noite mais romântica de ambos.
Anahí sentiu um calor subir pelo corpo quando se lembrou daquela noite. Não estava mais se reconhecendo. Aquela mulher libertina, que arriscava carícias ousadas com o parceiro e gostava de tudo que ele fazia com seu corpo era ela mesma, Anahí Portilla?
Melhor ainda era não se sentir envergonhada por aquela desinibição sexual que Alfonso despertava nela, nem por todas as coisas que faziam juntos na cama ou fora dela. Enfim, estava adorando descobrir aquele outro lado de sua personalidade.
Porém tinha certeza de que nada seria igual com outro homem. No seu íntimo sabia que apenas Alfonso era capaz de despertar nela tanta energia. Adorava fazer sexo com Alfonso e tinha plena convicção de que ele também sentia imenso prazer em estar com ela. Ambos tinham uma linguagem corporal que somente eles entendiam. Bastava um olhar para acender a chama da ânsia por sexo.
Mas, apesar da certeza de fazê-lo feliz, Anahí estava confusa. Quem era a responsável por aqueles momentos de júbilo? Ela, presença física, ou Giovanna, apenas um nome sendo pronunciado? Era uma dúvida atroz, que não a deixava em paz, uma vez que Alfonso tinha a certeza de ter se casado com Giovanna.
A única certeza era de que não simulara nenhum de seus desejos, suas atitudes eram espontâneas. Era Anahí quem estava lá, e não sua irmã. A farsa acabara na primeira noite de núpcias. Ela amava Alfonso verdadeiramente e era apenas naquilo que pensava quando faziam sexo. E o retorno dele era uma resposta clara ao seu comportamento.
Ora, não se iluda. Ele pensa que você é Giovanna.
Anahí obrigou-se a não pensar mais naquilo.
Não iria estragar a magia daquele momento. Não importava se ele pensasse que estava casado com Giovanna, porque era ela que Alfonso queria de manhã, à tarde e à noite.
Seu coração vibrou com aquela conclusão. Mesmo sendo uma condição passageira, ela estava muito feliz.
Havia uma possibilidade, mesmo que remotíssima, mas que estava plantada em seu coração como uma semente esperando para germinar, de que, talvez, Alfonso pudesse até gostar quando descobrisse que ela não era Giovanna.
Cuidado, Anahí, muito cuidado. Não comece a desejar o impossível. Não foi com essa intenção que você chegou até este ponto. Se continuar pensando assim, pode acabar muito mais ferida ainda.
Mas era tão difícil não sonhar, quando sabia que Alfonso estava tão feliz quanto ela.
Naquele momento, estavam andando pela rua principal de Colombé, sem compromisso, sem destino certo. Alfonso parou na frente da vitrine de uma loja que vendia jóias de prata.
Alfonso: Olhe que pulseira linda. -apontou para uma jóia específica, delicada, incrustada de pedras vermelhas- Você gosta?
Anahí: É linda. E combina com meu vestido.
Anahí estava usando um dos vestidos de verão que Giovanna colocara na mala. De um tecido leve, decotado, com alças cruzadas nas costas, era o vestido certo para o clima quente da ilha.
Alfonso: Então vou comprá-la para você.
Estavam entrando na loja quando ouviram uma voz de mulher.
- Giovanna!
O coração de Anahí deu um salto dentro do peito e ela parou, muda, gelada, incapaz de qualquer movimento.
- Giovanna! Não acredito que você está aqui.
Lutando bravamente para esconder o pânico que ameaçava tomar conta dela, Anahí virou-se.
Uma jovem loira e bonita, usando uma saída-de-banho rosa e sandálias de corda, com os olhos brilhantes, aproximou-se.
E Anahí não fazia nem ideia de quem se tratava. E então, como agiria?
- Oi, Giovanna. -a loira disse, quando chegou perto dos dois- Que bom ver você outra vez.
Anahí: Oi. -conseguiu dizer, mas sua mente estava paralisada. A mulher pareceu não perceber a confusão de Anahí-
- Há quanto tempo, não? Dois anos? Três? Como o tempo passa, não? Bem, creio que o tempo passa somente para mim, você continua linda e com uma aparência jovial de fazer inveja! Aliás, está deslumbrante neste vestido vermelho. A cor lhe cai muito bem. Mas, afinal, o que está fazendo aqui nesta ilha?
Anahí: Eu, é que...
- Já sei. Você não está lembrada de mim, está?
Anahí: Não, sinto muito, eu...
- Não tem problema. Descolorir meu cabelo. Era ruivo. E minhas lentes são mais claras que meus olhos. Sou Dulce. Dulce Maria.
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Substitute [ADP]
Fanfiction"Eu os declaro marido e mulher..." Anahí simplesmente não conseguiu dizer a Alfonso que sua irmã gêmea, Giovanna, o tinha abandonado à porta do altar. Então, num ato de desespero, colocou o vestido da irmã, sem ninguém perceber. Partiu para uma lua...