Capítulo 54

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Após cinco testes de gravidez que Giovanna pediu por telefone, e após os cinco darem positivo, Anahí conseguiu sentir-se... Feliz. Ela estava grávida, grávida do homem que amava, que sempre amou. Ela quis tanto esse filho que já havia descartado a possibilidade, uma vez que tudo parecia conspirar contra ela. Ela recebeu um forte abraço de Giovanna, as duas chorando juntas pela novidade.

Giovanna decidiu dormir aquela noite no chalé com Anahí. Já era tarde e Anahí estava sem sono rolando de um lado para outro sobre o colchão. Ela desceu para tomar um chá, e com a caneca na mão, encolheu-se sobre o sofá da sala. Os pensamentos começaram a viajar, e começou a pensar em tudo o que estava lhe acontecendo. Ela teria um filho de Alfonso. Alfonso. Deus, ela sentia tanta falta dele que chegava a doer. E só de lembrar dele, do seu sorriso, da sua voz, do seu toque, uma fina lágrima escorreu por seu rosto. Ela levou a mão até a barriga, ainda sem nenhum volume, mas rígida, sabendo que não estava sozinha, e não estaria, nunca mais. Levando um pedaço dele e do enorme amor que sentia.

Então ela pensou em Alfonso com uma criança. Ele sempre quisera ser pai, ansiou por isso junto com ela. Será que ele ainda desejaria o filho depois de saber que era com ela? Apesar de tudo, Alfonso era um homem integro, ele jamais rejeitaria esse filho. Mas como viver com ele convivendo com o filho apenas nas férias? Sem o companheirismo que um filho merecia ter do pai? Ela não suportaria isso... Toda vez que ela o encontrasse, por causa do filho, ele a olharia com desprezo, como fora da ultima vez. E se... Seu coração protestava contra o pensamento que veio a sua mente: Alfonso um dia iria querer casar-se novamente, teria outros filhos, e... Não, ela não saberia lidar com Alfonso amando outra mulher após ter provado do seu amor. Não, definitivamente, não.

Mas pensar em Alfonso, fazia a saudade apertar ainda mais dentro do peito. Incontrolavelmente as mãos foram até o telefone, discando o numero da casa dele.

Alfonso parecia, verdadeiramente, viver no inferno. Era madrugada, e ele se sentia completamente vazio. Ele estava deitado sobre a cama, sem conseguir dormir, como um castigo, ele só conseguia pensar em Anahí e o que devia ter acontecido a ela. Sentia-se o pior dos homens. Ele já estava quase pegando no sono, quando o telefone tocou.

Ele imediatamente levou a mão até a extensão do quarto e o atendeu.

Alfonso: Alô? –falou, mas só o silencio obteve como resposta- Alô? –insistiu, segundos depois. O coração estava acelerado, protestando dentro do peito. Era ela, ele podia sentir- Anahí? –perguntou esperançoso, e nada- Anahí, é você?

E a ligação encerrou. Ele devolveu o telefone a base, mais derrotado do que antes.

Anahí desligou o telefone com as lágrimas já inundando todo o seu rosto. Ela o ouviu, e seu coração inteiro se alegrou com isso. Mas aquela era uma felicidade falsa, e ela sabia o que viria ao dizer que era ela ao telefone. Alfonso voltaria a humilhá-la e ofende-la. E por ela e pelo seu filho, ela não deixaria mais ninguém lhe fazer mal, mesmo que esse alguém seja o dono da maior felicidade que já sentiu na vida.

-

O dia da exposição finalmente se aproximava. Anahí já empacotava todas as telas para serem levadas a Londres. Giovanna ainda estava na cidade com Carlos, aguardando o dia da partida da irmã. Anahí foi ao médico, e decidiu que após chegar em Paris, mandaria uma carta para Alfonso lhe comunicando sobre a gravidez. Após muito pensar, achou que não seria justo com ele. Todo homem merece saber que tem um filho, e ela não seria egoísta quanto a isso. Seu filho também um dia iria querer saber quem é seu pai, e ela não lhe negaria isso. Avisaria a Alfonso, e não sabia o que ele faria quando soubesse. Mas o que ela podia ter certeza é que já amava seu filho com todo seu coração, e mesmo que Alfonso não o queira, ela iria suprir todo esse amor que ele lhe negaria.

Alfonso, esse estava mesmo derrotado. Nem de longe parecia o homem que foi um dia. Chegava a empresa com as olheiras fundas e escuras, o corpo visivelmente mais magro e com o semblante completamente deprimido. Ligava para a secretaria de Enrique todos os dias, mas ele não havia voltado. Ele mesmo já havia ligado para Enrique, mas todas as vezes em que ligou, Enrique perguntava se estava tudo bem na empresa e Alfonso dizia que sim e então o outro não o deixava falar mais nada, alegando estar ora ocupado, ora em reuniões... Alfonso não sabia mais o que fazer. Até em contratar um detetive particular para encontrar Anahí ele chegou a pensar. Ele não conseguia se concentrar em seu trabalho, não conseguia dormir direito, não tinha apetite, e estava perdendo a vontade de viver.

O dia que antecede a exposição de Anahí chegou. Ela ainda estava no chalé, e só voltaria pela manhã do dia seguinte. Era noite, Enrique finalmente voltara da sua longa viagem. Giovanna e Carlos foram a casa do pai. Carlos se apresentou ao sogro e Giovanna matou a saudade que sentia do pai. E eles ficaram para o jantar.

Enrique: Como está meu neto? –perguntou sorridente sentado a mesa com a filha e o genro-

Giovanna: Estamos bem, papai. –respondeu sorrindo igualmente- Estamos crescendo. –suspirou, a barriga começando a pegar forma-

Enrique: Fico muito feliz por você, meu amor. –ele olhou para Carlos- E bom, por você também, Carlos. Pude ver o quanto ama minha filha, e bom, é só isso o que me importa. Que minhas filhas sejam felizes com quem realmente as ama.

Carlos: Nós estamos muito felizes também, meu sogro. –respondeu com um sorriso- Eu os amo. –declarou, e Giovanna se aproximou, selando seus lábios aos do marido-

Enrique: E Anahí? Como ela está? –perguntou, agora mudando o clima da conversa-

Giovanna: Está melhor. –suspirou lembrando da irmã nos dias que fora visita-la- Ela vai ficar bem.

Enrique: Eu não consigo entender... –disse mexendo na comida- Alfonso parecia feliz ao lado dela.

Giovanna: Espero que ele não perceba isso tarde demais. –respondeu limpando a boca com o guardanapo-

Substitute [ADP]Onde histórias criam vida. Descubra agora