Capítulo 27

2.4K 162 9
                                    

Continuaram em silêncio por um tempo. Anahí remoendo sua culpa e Alfonso arrependido por ter se metido em um assunto que não lhe dizia respeito.

Alfonso: É estranho, mas não consigo imaginar Anahí fugindo daquele jeito. Não é típico dela. Por mais que eu tente, não consigo entender.

Anahí suspirou resignada. Preferia não continuar falando daquele assunto, mas como evitar?

Anahí: É difícil mesmo de entender. Mas do modo como as coisas aconteceram, ela não tinha outra saída.

Alfonso: Por que não?

Anahí: Bem, eu não contei toda história a papai. O que aconteceu foi que Carlos foi até a igreja, imagine só, até a igreja e implorou para que ela fosse com ele. Ele estava indo embora para o México, mas não conseguiu deixá-la em Londres. Faltava menos de meia hora para a cerimônia começar e ela não queria...

Alfonso: Entendo tudo isso. Mas mesmo assim ela poderia ter falado com seu pai. Seria a coisa certa a ser feita. Isso não faz sentido.

Não fazia mesmo sentido, Anahí pensou com tristeza. Ninguém entendia aquela fuga que não se justificava porque quem fugira fora Giovanna. Anahí não teria motivo algum para fugir tão covardemente.

Alfonso: E esse Carlos? Não me parece nem um pouco confiável.

Anahí estava se sentindo a pior das mulheres. E quanto mais Alfonso falava, mais miserável sentia.

Anahí: Não podemos julgar aqueles que não conhecemos, Alfonso. A única coisa que tenho certeza é de que o sentimento entre eles era muito forte. Ele precisava ir embora de qualquer jeito e ficou com medo de que se não levasse... Anahí... Com ele naquele momento, nunca mais ficariam juntos. E havia também a possibilidade de papai dissuadi-la da ideia se fosse falar com ele.

Alfonso pareceu querer dizer alguma coisa mais, depois encolheu os ombros.

Alfonso: É, acho que você está certa. O fato é que jamais esperei que Anahí agisse assim. Ela foi sempre tão direta, tão franca, que essa atitude me surpreendeu.

Ela, franca e direta? Meu Deus, se ele soubesse!

Alfonso: Você acha que eles se casaram?

Anahí: Acho que sim. Pelo menos é o que espero.

Alcançando-a com as mãos sobre a mesa, ele lhe afagou o rosto num gesto carinhoso.

Alfonso: Bem, nesse caso espero que ela seja feliz, e se forem a metade do que somos, então Carlos é um homem de sorte.

A alegria que ela sentiu por aquela declaração tão linda foi abafada pela dor da perda que viria em mais alguns dias. Uma dor que já começava a se manifestar e que seria sua companheira pelo resto da vida.

Não ligue para o sofrimento, Anahí. Você é forte e sempre suportou as dores da vida. E o privilégio de estar aqui com Alfonso, dividindo seu amor com ele, vale qualquer sacrifício.

Alfonso: Eu te amo. -ele falou baixinho, sorrindo para ela-

Anahí: Eu também te amo. -ela respondeu, a voz presa pelo nó que se formou em sua garganta-

Alfonso: Podemos ir? -ele perguntou, ao pé de seu ouvido, a voz cheia de paixão- Estou sentindo um desejo brotar dentro de meu coração, que está se tornando incontrolável.

Anahí sentiu a respiração acelerar quando ele esfregou o rosto contra a sua orelha, roçando a parte sensível com a ponta da língua.

Ela concordou só com um balançar de cabeça. Alfonso deixou uma nota de vinte dólares sobre a mesa e, de mãos dadas, saíram do restaurante.

Substitute [ADP]Onde histórias criam vida. Descubra agora