Capítulo 41

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Anahí: Ela vai ligar. Ela está dando um tempo para o senhor se acalmar.

Enrique: Acalmar? Eu deveria é dar uma surra nela por isso. Não, não é nada disso. No princípio eu fiquei muito bravo, ainda estou um pouco, mas estou também muito preocupado. Quero falar com ela, saber se ela está bem, saber se esse tal de Carlos é bom para ela.

Anahí: Ela está ótima, papai. Muito feliz mesmo. Ela ama Carlos de verdade. E ele é um bom homem, pode ficar tranquilo. Inteligente, ambicioso e de uma família muito boa. E ao contrário do que o senhor pensou, ele não se casou com ela por dinheiro. A família dele é rica. Muito rica, por sinal.

Nos minutos seguintes Anahí relatou tudo que Giovanna contara nas duas vezes em que se falaram.

Enrique ainda estava um pouco desconfiado, achando que as duas irmãs combinaram para não deixá-lo preocupado.

Enrique: Ela disse alguma coisa sobre vir para casa antes da próxima indicação dele? -Anahí sorriu-

Anahí: Acho que isso vai depender do senhor... E de como o senhor vai agir quando ela telefonar.

Enrique: Já que ela está com medo de ligar para mim, me dê o número do telefone que eu ligo. Prometo que não vou me exaltar ao falar com ela.

E agora, como livrar-se daquela situação. Anahí sentiu o coração dar um salto em seu peito.

Anahí: Não está aqui comigo. Deixei em casa.

Enrique: Não tem importância. Amanhã você me liga no escritório, está bem?

Não, não estava bem. Mas o que poderia fazer senão concordar?

Anahí: Combinado, papai. Amanhã eu ligo e passo o número dela.

Enrique: Bem, acho melhor entrar e ver Georgina agora, porque tenho um jantar às sete.

Despediram-se com um abraço. Não sabia quando teria oportunidade de abraçar o pai novamente, Anahí pensou com tristeza. Ele estava assim porque era fácil perdoar uma filha por ter fugido para se casar. E o que ele faria quando soubesse que a outra tinha feito coisa muito pior? Que a outra tomara uma atitude que só serviria para enlamear o nome da família? Ainda mais que essa outra era ela, Anahí, a filha preterida por ele?

Assim que se despediu do pai, Anahí foi para a sua casa. Precisava assinar o contrato com a Galeria Blythe e seu prazo já estava quase esgotado. Para compensar seu atraso, deixaria o contrato pessoalmente na galeria quando voltasse para a casa de Alfonso. Precisava também ligar para Giovanna e não queria fazer isso da casa de Alfonso.

Anahí: Graças a Deus você está em casa. -ela disse quando Giovanna atendeu o telefone- Tenho muitas novidades. A primeira é que a avó de Alfonso parece ter superado a crise.

Giovanna: Oh, graças a Deus. Isso é maravilhoso.

Anahí: É ótimo. E porque ela está melhor, estou planejando contar a verdade para Alfonso esta noite.

Giovanna: Oh, Anahí, estou tão preocupada com isso. Com a reação de Alfonso, com o seu sofrimento.

Anahí: Eu também. Muito mais do que você possa imaginar.

Giovanna: Bem, então, se você vai contar para Alfonso hoje, amanhã posso ligar para papai.

Anahí: Pode. Na verdade, acho bom você ligar logo de manhã, porque ele me pediu o número de seu telefone para ligar, já que ele acha que você está com medo dele. Quer dizer, você como eu. Coitado, ele não tem a menor ideia com quem estará falando ao telefone amanhã cedo.

Giovanna: Ah, é uma pena, mas amanhã bem cedo Carlos e eu estaremos indo para a cidade do México. Só vou poder ligar no final da tarde, quando voltarmos para casa. Acho que lá pelas seis já estaremos de volta.

Anahí mordeu os lábios e tentou pensar no que fazer.

Giovanna: Por que você não diz para ele que vou estar fora e que prometo ligar amanhã à noite sem falta? -sugeriu-

Anahí: Acho que vou fazer isso mesmo.

Giovanna: Então papai sabe que já nos falamos.

Anahí: Sabe. Ele me perguntou e eu disse a verdade.

Giovanna: Qual foi a reação dele?

Anahí: Foi até uma coisa engraçada. Ele não parecia tão bravo como antes. Disse que gostaria que você ligasse para ele. Quer dizer, ele acha que você sou eu. Deus, Giovanna, isso está ficando cada vez mais complicado. Não vejo a hora de esclarecer tudo e eu poder voltar a ser eu mesma outra vez. Estou cansada de ser você. Bem, de qualquer modo, assegurei a ele que Carlos é um grande homem e que não se casou com você por dinheiro.

Giovanna: Era isso que ele pensava?

Anahí: Você conhece papai.

Giovanna: É verdade. Conheço mesmo. -ficaram em silêncio por alguns minutos, depois Giovanna continuou- Boa sorte hoje à noite, querida. Sei que vai ser muito mais difícil para você do que para mim.

Anahí: Obrigada, Giovanna. Torça por mim.

Depois que desligaram, Anahí sentou-se e ficou pensando sobre o modo como deveria contar a Alfonso. Qual seria a melhor forma de dizer a verdade? Tentaria ser clara e objetiva, porém exporia a situação com bastante calma e tato, pois sabia que o choque seria inevitável. E se começasse a chorar, perdendo a coragem de prosseguir no meio da revelação? Só de pensar, Anahí sentia o coração disparar. Que Deus a inspirasse no momento, porque o que menos queria no mundo, era ferir Alfonso mais do que o necessário. Ele ficaria muito sentido, Anahí tinha certeza daquilo.

Qual seria sua primeira reação? Alfonso era um perfeito cavalheiro, mas numa situação como aquela, qualquer um perderia a compostura. Provavelmente seria expulsa no primeiro momento. Teria que passar aquela noite já em sua casa. Será que nunca mais falaria com ela? Estava preparada para aceitar tudo, menos o desprezo dele.

Ela olhou para o relógio. Quatro horas. Alfonso disse que tentaria chegar cedo em casa. Às seis horas ele deveria estar lá. Faltavam só duas horas para o momento da verdade.

Oh, meu Deus, por favor, me ajude.

Lutando contra as lágrimas, Anahí tentou ler o contrato da Galeria Blythe, mas era impossível, não conseguia se concentrar. Acabou por assinar o contrato sem lê-lo completamente. O que importava alguns detalhes de um contrato, quando estava prestes a perder o homem de sua vida?

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