Capítulo 11 - Aprendendo a viver

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Cheguei em casa pregada.

Desde que retornei do Rio, minha vida tinha virado de cabeça para baixo, e agora fico me martirizando por não saber se fiz a escolha certa de ficar com Eduardo.

Não o vi na empresa nem na quinta e nem na sexta. Era a coisa lógica, pois antes eu não o via também, exceto na reunião de segunda, mas meu corpo todo clamava por ele.

Na sexta à noite, eu estava estudando, era mais de meia noite quando ouvi meu celular bipar várias vezes, dando sinal de mensagem.

Fiquei preocupada, pois Manu havia ido para uma boate e poderia ter acontecido alguma coisa com ela, mas graças a Deus não aconteceu nada com ela, mas o que eu vi acabou comigo.

Ela tirou várias fotos de Eduardo na boate com uma mulher linda. Eles estavam dançando, ou melhor, estavam quase transando no meio da pista de dança. Ele pelo jeito estava se divertindo muito.

Seus cabelos estavam como sempre, desarrumadamente arrumados, a barba por fazer, uma camisa preta, calça jeans clara e um sorriso sedutor que era impossível resistir.

Após as fotos, Manu me mandou uma mensagem muito mal criada:

"Fica em casa esperando o príncipe aparecer sua boba." – E um monte de carinhas nervosas.

"Olha onde está o seu príncipe, numa boate aproveitando a vida, enquanto você fica em casa sonhando com ele." Mais carinhas nervosas.

"Semana que vem você vai sair comigo e não tem chororô." Depois um monte de corações partidos.

Não me contive e chorei.

Por mais que eu soubesse que seria só aquela noite, meu coração ainda tinha esperanças que pudesse ser diferente, mas no fundo, no fundo, eu sabia que seria assim, mas lá mais no fundo havia a maldita esperança.

Meu coração estava em frangalhos. Eu nunca tinha sentido tanta dor como agora. Era como se tivessem cravado uma estaca no meu coração.

O apartamento parecia que ia me sufocar, minha cama já não parecia mais tão macia e confortável. Meus livros e e-books já não supriam as minhas necessidades.Então chorei até que peguei no sono no sofá da sala.

Manu ficou muito brava comigo quando chegou. Levou-me para a cama e me deu um calmante, então dormi o sábado quase todo.

Fomos ao cinema no domingo, mais por insistência das minhas amigas do que por vontade minha, e elas fizeram de tudo para me animar e eu me esforcei bastante para me divertir, mas Eduardo não saía do meu pensamento.

Amanheci apreensiva na segunda, pois seria a primeira vez que eu o veria pessoalmente desde que chegamos da viagem.

Ele entrou, como sempre, atrasado. Mal me olhou e deu início a reunião, contudo sem que eu esperasse, ele "ordenou" que eu me sentasse à mesa junto com os demais diretores e chefes de setor e anunciou que eu seria promovida.

Quase desfaleci naquele momento.

A única coisa que eu pensava era que ele estava me dando a promoção como se fosse uma compensação pelos meus serviços prestados na cama. Não consegui prestar atenção em nada durante a reunião. A minha vontade era de sair correndo para chorar tranquila em algum lugar, mas me mantive firme.

Ao final da reunião, tomei coragem e pedi para conversar com ele em particular e ele concordou com a cabeça e me conduziu até sua sala, mas desta vez ele estava distante e nada cortês. Parecia irritado com a minha presença.

Desejos e Mentiras (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora