Capítulo 22 - Caindo na real

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Nunca na minha vida imaginei sentir uma dor assim. Achei que a traição de Ana tivesse me feito sentir a dor mais forte do mundo, mas eu estava completamente enganado, pois vê-la sendo arremessada pelo carro e depois não saber se ela estava viva ou morta, foi a dor mais profunda que já senti e acredito que não haverá outra mais forte.

Assim que a vi sendo atropelada, corri desesperado e queria levá-la para o hospital, mas não me deixaram tocar nela, pois todos diziam que poderia agravar o estado dela.

Eu sabia disso, mas meu lado irracional queria que eu fizesse alguma coisa, pois eu não poderia simplesmente ficar vendo a mulher da minha vida morrer sem fazer nada. Pois independente do que ela fez pra mim, eu a amo mais que tudo no mundo e daria minha vida para vê-la bem agora.

Assim que recobrei a razão, liguei pra Carla e mandei que providenciasse um helicóptero para vir socorrer Ana, contudo ele teve que parar um pouco distante, mas os paramédicos vieram bem rápido e prestaram os primeiros socorros.

Eu queria ir junto no helicóptero, mas não permitiram, pois segundo eles o estava era grave e precisavam que a equipe toda estivesse ao lado dela e isso me devastou ainda mais.

Segui no meu carro e pela primeira vez desde que meu pai morreu, eu chorei. Acho que todas as lágrimas que guardei estes anos todos resolveram cair ao mesmo tempo cobrindo meu rosto me fazendo lembrar o quão idiota eu fui.

Se ela quer ficar com Edgar, eu devia tê-la deixado ir. Contudo, quando eu a vi na garagem da empresa com ele, os dois saindo do elevador abraçados, eu perdi a razão. Por mais que eu quisesse, eu não consegui continuar com esse sentimento nobre de desprendimento. Afinal, ela era minha. Só minha. Eu não podia aceitar que ela pudesse ser de outro.

Então resolvi que eu a faria me amar novamente, logo eu iria dar a ela o que ela queria.

Mas tudo saiu do controle e a única coisa que eu consegui ver nos olhos dela era medo, rancor e tristeza. Por quê? Afinal foi ela que me traiu e não o contrário.

Mas agora nada importa.

Estou aqui na sala de espera do hospital esperando notícias. Meu coração está sangrando e sangra mais quando vejo Edgar entrando acompanhado de Luanda.

Minha vontade é de partir pra cima dele, mas não tenho forças pra isso e quando vejo ele está em cima de mim dando socos e pontapés.

- Como você pode fazer isso com ela? Por que você foi levar ela naquele lugar? Você não percebe que ela não é como as outras piranhas que você anda? Ela é especial – dizia Edgar enquanto me batia.

Logo juntou um monte de gente e conseguiram tirá-lo de cima de mim, mas achei bom ele ter me batido, pois amenizava a dor que estava corroendo a minha alma que era muito maior que a dor física que eu estava sentindo.

Algumas pessoas me socorreram, levaram para uma sala, me limparam e fizeram vários curativos em mim e eu voltei para a sala de espera, onde estava, além de Edgar e Luanda, Manu, Cris e a Carol.

Perguntei a todo mundo como ela estava, mas todos me diziam que eu precisava aguardar, pois ainda não havia uma posição da equipe médica.

Cada minuto daquela agonia parecia uma hora ou mais e finalmente após não sei quantas horas um médico chegou perguntando quem era o responsável pela Ana.

- Sou eu – e olhei para todos como se fosse matar um que dissesse o contrário.

- O senhor é o marido? – O médico perguntou.

- Namorado – respondi – Eduardo.

Todos se juntaram a mim para ouvir o que o médico tinha a dizer, contudo o que ele disse pegou a todos de surpresa.

Desejos e Mentiras (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora