Capítulo 6 - Ciúmes

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Eu estava nervoso e não sabia o porquê. Cheguei ao aeroporto e esperava que o pessoal já estivesse lá. Na verdade, eu queria que Ana Clara estivesse lá.

Depois que ela saiu da minha sala, pensei várias vezes nela e por várias vezes quis chamá-la, mas desisti, pois seria exagero da minha parte. Eu não podia deixar que a vontade de foder com ela atrapalhasse a minha vida.

Seria só uma transa a mais e isso aconteceria no Rio e ficaria no Rio.

Liguei para o motorista e ele me informou que estava já estava no estacionamento.

Estava ansioso, andando de um lado para o outro e nada, mais nada mesmo me preparou para o que eu vi quando Ana Clara entrou.

Ela estava linda e sexy, usava uma saia cinza justa que ia até o joelho, uma blusa de seda branca de manga comprida com os punhos largos, sem gola com um decote em V que revelava a curva entre os seios e ali repousava um pingente amarelado.

Os cabelos estavam presos num rabo de cavalo, usava brincos maiores que o normal e uma maquiagem bem básica e clara, mas que valorizava sua beleza.

Estava sem os óculos e pela primeira vez prestei atenção na cor dos seus olhos, pois ali, a luz do sol, eram amarelados e ligeiramente puxados, parecendo olhos de uma gata.

Aliás, ela estava uma gata. Fiquei admirando-a e então percebi que não era só eu que babava, havia outros marmanjos olhando também e naquele momento, a minha vontade foi de ir até ela e beijá-la ali na frente de todos para mostrar a eles que ela era minha. Só minha.

Ela percebeu os olhares, ficou vermelha, abaixou a cabeça, só levantou quando chegou perto de mim e deu um sorriso que quase me fez esquecer de tudo, mas me recuperei logo e a cumprimentei:

- Bom dia, Ana Clara!

- Bom dia, Sr. Quental!

- Pronta pra briga?

Ela sorriu timidamente, balançou a cabeça afirmativamente. Então os demais se aproximaram e a conversa generalizou.

Chegamos ao Rio e fomos direto para a primeira reunião. Ela não precisava ir a esta reunião, mas fez questão, dizendo que queria aprender mais.

A manhã passou rápido, conversamos algumas vezes, ela fez várias perguntas e deu algumas sugestões. É rápida de raciocínio e fez observações interessantes e inteligentes.

Fomos almoçar era quase duas da tarde e para minha alegria, ficamos só eu e ela, os demais foram tratar de questões particulares, pois a tarde não teríamos reuniões.

Perguntei o que ela gostaria de comer, mas ela não quis escolher, então a levei a um restaurante de frutos do mar em Ipanema.

No caminho até o restaurante, ela parecia uma criança, olhava para tudo, comentava comigo cada coisa diferente que via e eu que nunca reparei em nada, comecei a ver o Rio pelos olhos dela.

Ela adorou o restaurante, mas pediu para eu escolher os pratos, pois nunca tinha comigo frutos do mar.

- Como assim, Ana Clara? – Indaguei – Você nunca comeu frutos do mar.

Ela ficou envergonhada, mas respondeu:

- Eu já comi camarão algumas vezes.

- Gostou?

- Muito.

- Então você vai gostar da comida.

Pedi a carta de vinho e escolhi um vinho italiano, Luce IGT, quando o garçom chegou com o vinho, ela disse que não era acostumada a beber, mas eu insisti e ela cedeu.

Desejos e Mentiras (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora