Eu estava nervoso e não sabia o porquê. Cheguei ao aeroporto e esperava que o pessoal já estivesse lá. Na verdade, eu queria que Ana Clara estivesse lá.
Depois que ela saiu da minha sala, pensei várias vezes nela e por várias vezes quis chamá-la, mas desisti, pois seria exagero da minha parte. Eu não podia deixar que a vontade de foder com ela atrapalhasse a minha vida.
Seria só uma transa a mais e isso aconteceria no Rio e ficaria no Rio.
Liguei para o motorista e ele me informou que estava já estava no estacionamento.
Estava ansioso, andando de um lado para o outro e nada, mais nada mesmo me preparou para o que eu vi quando Ana Clara entrou.
Ela estava linda e sexy, usava uma saia cinza justa que ia até o joelho, uma blusa de seda branca de manga comprida com os punhos largos, sem gola com um decote em V que revelava a curva entre os seios e ali repousava um pingente amarelado.
Os cabelos estavam presos num rabo de cavalo, usava brincos maiores que o normal e uma maquiagem bem básica e clara, mas que valorizava sua beleza.
Estava sem os óculos e pela primeira vez prestei atenção na cor dos seus olhos, pois ali, a luz do sol, eram amarelados e ligeiramente puxados, parecendo olhos de uma gata.
Aliás, ela estava uma gata. Fiquei admirando-a e então percebi que não era só eu que babava, havia outros marmanjos olhando também e naquele momento, a minha vontade foi de ir até ela e beijá-la ali na frente de todos para mostrar a eles que ela era minha. Só minha.
Ela percebeu os olhares, ficou vermelha, abaixou a cabeça, só levantou quando chegou perto de mim e deu um sorriso que quase me fez esquecer de tudo, mas me recuperei logo e a cumprimentei:
- Bom dia, Ana Clara!
- Bom dia, Sr. Quental!
- Pronta pra briga?
Ela sorriu timidamente, balançou a cabeça afirmativamente. Então os demais se aproximaram e a conversa generalizou.
Chegamos ao Rio e fomos direto para a primeira reunião. Ela não precisava ir a esta reunião, mas fez questão, dizendo que queria aprender mais.
A manhã passou rápido, conversamos algumas vezes, ela fez várias perguntas e deu algumas sugestões. É rápida de raciocínio e fez observações interessantes e inteligentes.
Fomos almoçar era quase duas da tarde e para minha alegria, ficamos só eu e ela, os demais foram tratar de questões particulares, pois a tarde não teríamos reuniões.
Perguntei o que ela gostaria de comer, mas ela não quis escolher, então a levei a um restaurante de frutos do mar em Ipanema.
No caminho até o restaurante, ela parecia uma criança, olhava para tudo, comentava comigo cada coisa diferente que via e eu que nunca reparei em nada, comecei a ver o Rio pelos olhos dela.
Ela adorou o restaurante, mas pediu para eu escolher os pratos, pois nunca tinha comigo frutos do mar.
- Como assim, Ana Clara? – Indaguei – Você nunca comeu frutos do mar.
Ela ficou envergonhada, mas respondeu:
- Eu já comi camarão algumas vezes.
- Gostou?
- Muito.
- Então você vai gostar da comida.
Pedi a carta de vinho e escolhi um vinho italiano, Luce IGT, quando o garçom chegou com o vinho, ela disse que não era acostumada a beber, mas eu insisti e ela cedeu.
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Desejos e Mentiras (Concluída)
RomanceAna Clara é uma economista que trabalha há três anos na ENDEAVOR INCORPORAÇÕES, uma grande empresa de empreendimentos imobiliários de propriedade do empresário Eduardo Mendes Quental Júnior. Eduardo é um empresário de sucesso, acostumado a ter toda...