Capítulo 33

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Eduardo

A festa continuou e eu fiz tudo para que Gabriel não percebesse a minha tristeza. Saber que minha mãe tinha sido capaz de prejudicar tantas pessoas era muito doído e saber o quanto ela me prejudicou foi mais doído ainda. Afinal ela é minha mãe.

Durante toda a minha vida, ouvi minha mãe dizer que meu pai a seduziu e casou-se com ela única exclusivamente por dinheiro, que a engravidou para ter certeza que haveria sempre um vínculo entre eles para que ele pudesse viver sempre na boa vida.

Saber que meu pai é que foi praticamente obrigado a se casar com ela. Que ela o comprou quando viu a situação que vivia a família dele. Que ele deu aulas pra se sustentar e não usou o dinheiro dela como ela sempre disse me fez feliz e triste ao mesmo tempo.

Eu tinha um péssimo conceito do meu pai e saber que ele não tinha sido um cafajeste e que não tinha abandonado minha mãe por causa da Beatriz me fez ficar feliz, pois eu tive um pai com princípios. Ele nunca foi um cafajeste.

Por outro lado saber que minha mãe é essa pessoas ardilosa, sem escrúpulos, mal caráter que me enganou a vida toda e que ainda por cima fez de tudo para impedir minha felicidade mesmo sabendo que tudo o que ela falava era mentira. Isso me fez ficar extremamente triste.

Sem contar que ela colaborou e muito para o aborto da Ana. Ela contribuiu pra a morte do meu filho e neto dela.

O que eu ainda não entendia, era porque ela havia chamado Ana de Beatriz naquele dia no meu apartamento. O que será que aconteceu naquele dia? Era uma pergunta que possivelmente eu não teria resposta.

Assim que saímos da casa, vi-a sair e ir para a garagem. Ela havia ido embora e não podia ser diferente. Eu nunca mais quero falar com ela. A partir de agora não tenho mais mãe.

Vou procurar a minha família por parte de pai e vou fazer o que meu avô me disse: vou fazer as pazes com meu passado. Associado a isso vou construir um novo futuro ao lado da Ana.

Quero ter muitos filhos, muitos netos e estar sempre cercado de pessoas da nossa família, pois depois de tudo o que passamos pude compreender o significado da palavra família e da palavra amor.

Vê-la ali cantando e brincando com meu irmão, cuidando do meu avô, dando atenção aos nossos convidados, deixa-me mais apaixonado ainda. E saber que ela é minha me traz uma sensação de paz e tranquilidade que nunca tive antes.

- Vem, Edu! – Grita Gabriel do outro lado da piscina.

É hora de cantar os parabéns. Todos estão se dirigindo para a mesa que preparam com um bolo enorme e balões que Gabriel não abriu mão de jeito nenhum.

- Vem, Edu! – Grita Ana.

- Já vou! – Grito e saio correndo ao encontro do meu futuro.

Ana

Não estava suportando ver a tristeza nos olhos de Eduardo. Tudo o que aconteceu hoje, abalou-o profundamente e eu não contei a ele que a mãe dele tinha me oferecido dinheiro para sair da vida dele, pois ele já tinha ouvido coisas ruins demais sobre ela.

Apesar de tudo, eu vou tentar convencê-lo a perdoá-la, pois ela é a mãe dele por pior que ela seja, ela gerou, cuidou, deu educação e parte do homem maravilhoso que ele é deve ter algum mérito dela.

Ele estava tentando aparentar que estava tudo bem, mas eu sabia que era única e exclusivamente para agradar Gabriel, pois hoje ele é prioridade na nossa vida hoje.

Gabriel grita para que ele venha se juntar a nós para cantar o parabéns, mas ele parece perdido em seus pensamentos. Então chamo por ele também e como se saísse de um transe olha para mim e sorri. E eu me derreto igual manteiga no calor.

Desejos e Mentiras (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora