Capítulo 12 - Sentindo Falta

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Eu tinha passado uma semana infernal.

Minha mãe me enchendo o saco por causa da minha vida de solteiro, dos perigos que eu estava correndo com as vadias que andavam a solta e que eu deveria buscar uma moça de boa família, blá, blá, blá, blá, somado a raiva que eu estava da Ana. Eu era nitroglicerina pura.

Ela estava pensando o que de mim? Que eu preciso comprar sexo?

Nunca vi uma pessoa se depreciar tanto. Ela é linda, inteligente, generosa, educada e muito, muito gostosa, mas parece que ela não vê isso.

Trabalhei igual a um condenado e transei igual um desesperado. Cada noite levei uma mulher pra cama.

Talvez minha mãe tenha razão. Acho que preciso de estabilidade na vida, apesar de que acho muito cedo ainda. Aos trinta e um anos estou no auge da vida.

Na sexta-feira, dois amigos me convidaram para tomar um chopp num bar próximo à empresa.

Como eu estava precisando relaxar e já tinha decidido ir pra casa e dormir mais cedo, aceitei.

Quando cheguei ao bar, vi vários funcionários da empresa.

Fui até lá cumprimentá-los e na verdade achei que Ana estivesse com eles, pois todos do setor dela estavam no local.

Voltei rápido para minha mesa, pois eu sei como a presença do chefe atrapalha a diversão.

Consegui relaxar, após beber um pouco e bater papo sobre trivialidades, mas meu relaxamento durou pouco, pois vi Ana entrando de mãos dadas com o mauricinho do Audi.

Minha vontade foi de ir até eles e socar a cara do sujeito. Jogar Ana nas costas e levá-la comigo.

Fiquei observando os dois.

Assim que eles chegaram onde estava o pessoal da empresa, todos ficaram de pé e começaram cantar parabéns.

Era o aniversário dela e eu nem sabia.

Ela começou a chorar de emoção. Minha vontade era de ir até lá e tomá-la em meus braços.

Mas novamente fiquei enfurecido.

Leo chegou na hora do parabéns. O pessoal começou a cantar o tal do "com quem será" e para minha surpresa ele foi o escolhido para marido.

Eles se abraçaram e ele começou a falar que casava, mas não aceitava a separação.

Cara de pau desse sujeito. Se ele não fosse tão competente, eu o demitiria agora.

Ana estava muito feliz. Cumprimentou a todos, inclusive os garçons. Recebeu muitos presentes e muitos buquês de flores do campo. Deduzi que eram as suas flores favoritas.

Então fiquei pensando que eu sabia muito pouco sobre ela. Não sabia sua cor favorita, que tipo de música ela gosta, quais os seus medos, suas inseguranças.

A única coisa que eu sabia é que ela gostava muito de massa.

Continuei conversando, mas sem prestar muita atenção.

Resolvi ir embora e não podia ir sem dar os parabéns a ela, apesar de que ela nem percebeu a minha presença.

Fui até o grupo, cumprimentei a todos e me dirigi a ela que ficou vermelha, do jeito que eu gosto.

Ia apenas pegar na sua mão, mas não consegui me segurar. Puxei-a para mim e dei um beijo no rosto, apesar de que eu queria era beijar sua boca.

Senti que todos pararam de respirar naquele momento, pois o silêncio foi sepulcral.

Desejos e Mentiras (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora