Bônus - Edgar

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Olá!!!

Sei que não é terça, mas resolvi fazer um capítulo sobre o Edgar, diante da importância que ele vai assumir no nosso romance daqui pra frente.

Espero que vocês gostem. 


Saí da sala do Edu arrasado, pois éramos amigos desde sempre e brigar com ele realmente não me fazia bem, contudo, eu me sentia responsável, ligado e louco pela Clarinha.

Ela era doce, simpática, bem humorada, amiga e acima de tudo muito inocente e eu sabia que Edu iria magoá-la profundamente. Ele não é cara de ficar muito tempo com uma mulher e tinha ideias preconcebidas sobre casamento, amor, fidelidade, fruto da relação doentia que ele tinha com a mãe dele.

Aproximar-me da Clarinha não foi programado nem premeditado, apenas aconteceu. Quando vi, ela estava frequentando minha casa, a casa da minha mãe e a casa da minha avó, sem contar que se tornou amiga da minha irmã.

Quando Edu me perguntou se eu estava apaixonado por ela, não soube responder, pois realmente eu não sabia. A única coisa que eu sei é que é algo especial, mas não posso dizer que seja paixão ou amor. Ainda mais agora que ele a proibiu de falar comigo.

Ante tanta confusão na minha cabeça, resolvi ir para meu apartamento, pois ir para a empresa não era uma boa ideia. Eu não conseguiria produzir nada hoje.

A conversa com Edu não saía da minha cabeça e muito menos a Clarinha. Conversávamos por mensagem e por telefone, mas ela estava com medo do Edu pegar e terminar tudo com ela.

Ela realmente estava apaixonada pelo desgraçado e ele estava aproveitando isso para manipulá-la. Bem típico da família dele.

Entrei na garagem e já fui tirando o blazer, tirei o cinto e subi em busca de um pouco de tranquilidade.

Assim que entrei, estranhei, pois havia alguém cantando dentro do meu apartamento. Não era minha faxineira, pois não era o dia dela vir. Uma ladra também não era, pois cantava muito tranquila e a segurança do prédio era muito grande.

Fiquei ouvindo e não acreditei quando reconheci o tom da voz, era a minha "babá". A senhora severa e sempre carrancuda sabia cantar e muito bem por sinal.

Arranquei meus sapatos, meias, a camisa e sentei numa poltrona, relaxando com o som de sua voz. Ela cantava igualzinha a Adele. Voz lindíssima, profunda, maravilhosa.

Ao final da música não resisti e fui atrás dela.

Quando cheguei à porta do quarto estaquei. A Senhora engomadinha, impecável, severa, bruxa estava descalça, sem o casaco do terninho, os cabelos que sempre estavam presos num coque severo, agora estavam presos num rabo de cavalo.

O rosto antes tão severo, agora estava relaxado, tranquilo, apesar de suas feições demonstrarem tristeza. Essa era uma característica que eu havia percebido nela. Havia sempre um ar triste no rosto dela.

As mangas da camisa sempre tão arrumada, agora estavam dobradas até o cotovelo e com um botão a mais aberto.

A saia justa bege era larga não permitindo ver suas curvas, mas revelavam pernas longas e bem feitas e para completar o quadro ela estava descalça e de vez em quando ficava na ponta dos pés ou subia numa pequena escada que havia no closet. Devia ter feito balé pela postura.

Desejos e Mentiras (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora