Capítulo 24 - Despedida

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Demorei, mas cheguei! Espero que gostem.


Eu não conseguia acreditar em tudo o que tinha acontecido comigo desde que voltei da casa dos meus pais, mas a dor mais profunda foi saber que eu estava grávida e nem sabia.

Sinto-me culpada por não ter ido ao médico, se eu tivesse ido quando senti as primeiras dores ou assim que começou a sair aquele fluxo grosso e escuro, talvez meu bebê ainda estivesse na minha barriga.

Minha mãe, como sempre, tentou me trazer para a razão dizendo que Deus sabe o que faz. Se eu perdi o bebê era porque os desígnios de Deus já tinham sido traçados.

Por mais que eu acredite em Deus, pois fui criada numa família muito religiosa, italianos com nordestinos, mesmo assim, minha consciência teimava em doer.

Passei vinte dias no hospital e hoje é meu primeiro dia em meu apartamento. Eu não estava mais aguentando ficar lá, apesar de todo o carinho com o qual fui cercada. Revi muitos parentes, amigos e minha mãe e meu pai não arredaram o pé. Eu sabia que era amada, mas não a esse ponto.

Eduardo, segundo minha mãe, esteve o tempo todo no hospital, mas eu não quis vê-lo, pois ainda doía demais tudo o que ele fez pra mim.

Ainda não haviam me contado o que aconteceu pra ele ter agido assim. Todos diziam que ele é que deveria falar, consequentemente, todos queriam que eu falasse com ele.

Conversar com ele seria inevitável, mas eu precisava estar forte, caso contrário, mesmo com tudo o que ele me fez, eu cairia a seus pés pedindo pra ele voltar.

Exatamente quando estou pensando isso começa a tocar uma música de uma dupla que eu adoro e que reflete o que estou sentindo agora.

Depois desses quase dois meses longe de Eduardo, as coisas ficaram mais claras na minha cabeça.

Na verdade, eu o deixei tomar conta de tudo na minha vida. Ele passou a decidir o que eu podia vestir, com quem eu podia falar, como eu devia me comportar e a culpa não foi dele, a culpa foi minha que não impus limites.

Apesar que a psicóloga do hospital disse que eu não devia pensar assim, pois Eduardo não é nenhuma criança e sabia que estava exagerando, mas se aproveitou da minha fraqueza.

Ela sempre me disse que não devo procurar culpados e muito menos me culpar, pois ambos concorremos para que tudo acontecesse assim.

Eu ainda não estou convencida, afinal, são anos me rebaixando, me sentindo a última das mulheres. Difícil mudar, mas não impossível. Minha mãe diz que eu sairei uma pessoa melhor de tudo isso. Espero veementemente que sim.

No sábado, Eduardo viria me visitar para conversarmos e como não podia ser diferente, minha mãe colocou todo mundo pra correr e foi visitar minha tia em Carapicuíba. Eu disse que não precisava exagerar, mas ela fez questão, dizendo que precisávamos de privacidade.

Bem diferente de minha mãe e Luanda, Edgar, Manu, Carol e Cris queriam que eu o mandasse para a puta que pariu.

Sábado às 14 horas, o porteiro avisou que ele estava subindo. Com certeza, mamãe deu ordens para o porteiro deixar subir. Bem típico dela que é muito boazinha, mas adora manipular. Ele é Luanda eram torcedoras fervorosas de Eduardo.

Desejos e Mentiras (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora