Meu Deus!!!! Era muita tentação para uma mulher só, pensei enquanto saia da sala e me dirigia ao elevador.
Minha cabeça estava rodando, meu corpo estava flutuando, minha mente estava nas nuvens e nem sei como saí daquela sala e cheguei na minha, tanto que esqueci de avisar Carla sobre a viagem.
Dei graças a Deus que o pessoal tinha ido almoçar, pois a gozação seria grande quando vissem minha cara de boba. Mas eu precisava contar para alguém.
Peguei meu celular e mandei uma mensagem para Manu:
"Acabou a reunião" e coloquei um monte de nuvenzinhas após a mensagem.
Ela respondeu imediatamente:
"Vixe!!! Deu errado? "
"Claro que não!" – respondo colocando uma carinha de brava.
"Por que das nuvens, sua loka?" - Coloca um monte de carinhas bravas.
"É que eu tô nas nuvens. Vou viajar para o Rio com ele. " – Digo colocando um monte de carinhas felizes.
"Mentiiiiiiiiira!!!" – Responde colocando um monte de carinhas horrorizadas.
"Verdade!!" – Escrevo sem delongas.
"Vamos almoçar! Tô aqui perto, me espera na porta do prédio, indo" – coloca um avião.
Nem respondo, pois sei que a louca já desligou o celular e deve estar vindo correndo para cá.
Desço para o almoço e continuo com a mesma cara de boba. Continuo vendo tudo maravilhoso, então dou um beijo na ascensorista, beijo a recepcionista e beijo o porteiro. Acho que nunca estive tão feliz na minha vida.
Assim que saio do prédio, sou atropelada por um veículo desgovernado chamado Manuela.
- Conte-me tudo e não me esconda absolutamente nada! – Fala me pegando pelo braço e me conduzindo em direção ao shopping.
- Eu não vou comer ali – digo – é muito caro!
Ela sorri e me puxa:
- Hoje eu pago, boba. Recebi minha restituição do imposto de renda.
Vamos para o shopping e conto a ela tim-tim por tim de tudo o que aconteceu desde a hora que entrei na sala até o momento em que nos encontramos.
- Ele está a fim de você – ela sentencia.
Argumento com ela que não, que seria impossível um homem daquele se interessar por mim, que para mim só o fato de poder estar perto dele e de ser notada, já era o suficiente.
Manu fica brava comigo, pois ela diz que tenho baixa autoestima que minha vida é me depreciar.
Fico pensando no que ela diz, mas sempre fui assim e não há um motivo aparente para eu ser assim, devo ter tido algum antepassado passado igual a mim, pois minha mãe é super de boa, meu pai então é muito divertido, falante, cheio de contar histórias e piadas, meus tios todos são doidos, minhas tias nem se fala, primos sem comentário.
Acho que eu nasci com defeito de fábrica, pois sou extremamente tímida e realmente tenho problemas de estima, mas fazer o quê? Não é uma coisa que eu consiga controlar.
- Clarinha, que roupa você vai levar? – Manu fala pensativa – Seu guarda-roupa é uma tragédia grega, as minhas roupas não servem em você e aí?
Fico pensando e analiso meu guarda-roupa, realmente, ele é uma tragédia, pois com toda a economia que faço, não compro supérfluo de jeito nenhum, exceto aquela roupa para ir ao clube, mas ela não dá pra usar de jeito nenhum.
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Desejos e Mentiras (Concluída)
Roman d'amourAna Clara é uma economista que trabalha há três anos na ENDEAVOR INCORPORAÇÕES, uma grande empresa de empreendimentos imobiliários de propriedade do empresário Eduardo Mendes Quental Júnior. Eduardo é um empresário de sucesso, acostumado a ter toda...