Capítulo 5 - Andando nas nuvens

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Meu Deus!!!! Era muita tentação para uma mulher só, pensei enquanto saia da sala e me dirigia ao elevador.

Minha cabeça estava rodando, meu corpo estava flutuando, minha mente estava nas nuvens e nem sei como saí daquela sala e cheguei na minha, tanto que esqueci de avisar Carla sobre a viagem.

Dei graças a Deus que o pessoal tinha ido almoçar, pois a gozação seria grande quando vissem minha cara de boba. Mas eu precisava contar para alguém.

Peguei meu celular e mandei uma mensagem para Manu:

"Acabou a reunião" e coloquei um monte de nuvenzinhas após a mensagem.

Ela respondeu imediatamente:

"Vixe!!! Deu errado? "

"Claro que não!" – respondo colocando uma carinha de brava.

"Por que das nuvens, sua loka?" - Coloca um monte de carinhas bravas.

"É que eu tô nas nuvens. Vou viajar para o Rio com ele. " – Digo colocando um monte de carinhas felizes.

"Mentiiiiiiiiira!!!" – Responde colocando um monte de carinhas horrorizadas.

"Verdade!!" – Escrevo sem delongas.

"Vamos almoçar! Tô aqui perto, me espera na porta do prédio, indo" – coloca um avião.

Nem respondo, pois sei que a louca já desligou o celular e deve estar vindo correndo para cá.

Desço para o almoço e continuo com a mesma cara de boba. Continuo vendo tudo maravilhoso, então dou um beijo na ascensorista, beijo a recepcionista e beijo o porteiro. Acho que nunca estive tão feliz na minha vida.

Assim que saio do prédio, sou atropelada por um veículo desgovernado chamado Manuela.

- Conte-me tudo e não me esconda absolutamente nada! – Fala me pegando pelo braço e me conduzindo em direção ao shopping.

- Eu não vou comer ali – digo – é muito caro!

Ela sorri e me puxa:

- Hoje eu pago, boba. Recebi minha restituição do imposto de renda.

Vamos para o shopping e conto a ela tim-tim por tim de tudo o que aconteceu desde a hora que entrei na sala até o momento em que nos encontramos.

- Ele está a fim de você – ela sentencia.

Argumento com ela que não, que seria impossível um homem daquele se interessar por mim, que para mim só o fato de poder estar perto dele e de ser notada, já era o suficiente.

Manu fica brava comigo, pois ela diz que tenho baixa autoestima que minha vida é me depreciar.

Fico pensando no que ela diz, mas sempre fui assim e não há um motivo aparente para eu ser assim, devo ter tido algum antepassado passado igual a mim, pois minha mãe é super de boa, meu pai então é muito divertido, falante, cheio de contar histórias e piadas, meus tios todos são doidos, minhas tias nem se fala, primos sem comentário.

Acho que eu nasci com defeito de fábrica, pois sou extremamente tímida e realmente tenho problemas de estima, mas fazer o quê? Não é uma coisa que eu consiga controlar.

- Clarinha, que roupa você vai levar? – Manu fala pensativa – Seu guarda-roupa é uma tragédia grega, as minhas roupas não servem em você e aí?

Fico pensando e analiso meu guarda-roupa, realmente, ele é uma tragédia, pois com toda a economia que faço, não compro supérfluo de jeito nenhum, exceto aquela roupa para ir ao clube, mas ela não dá pra usar de jeito nenhum.

Desejos e Mentiras (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora