Capítulo 23 - Lutar

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Liguei para minha empresa de segurança e determinei que encontrassem Latisse o mais rápido possível. Eu não ia deixar barato essa história. Eu ia acabar com ela e quando eu acabasse, ela não teria nada, nada mesmo.

Estava amanhecendo quando fui para a sala de espera a procura de Edgar, mas ele tinha ido embora e eu decidi ir para meu apartamento também tomar um banho e me trocar, pois eu precisava estar alerta para fazer tudo o que eu precisava fazer.

Dona Laura ainda estava lá com alguns familiares, mas a maioria já havia ido embora.

- Dona Laura – chamei-a – a senhora não gostaria de ir para o apartamento da Ana ou para o meu para descansar?

- Obrigada, meu filho – respondeu calmamente – Francisco foi descansar com o Júnior e assim que eles voltarem, eu vou. Vá descansar que você está precisando mais do que eu.

Impressionante como aquela senhora podia passar tanta paz e tranquilidade mesmo diante de uma situação tão complicada e difícil. Ana tinha razão de amar tanto sua mãe e sua família, pois todos eram muito especiais. Nunca havia visto pessoas tão unidas.

Fui para meu apartamento, tomei banho, troquei, fiz várias ligações e organizei tudo na empresa para passar alguns dias fora, trabalhando remotamente. Liguei para empresa de segurança e me informaram que Latisse estava fora do Brasil, mas que em uma hora eu teria um relatório completo das atividades dela.

Depois de tudo organizado, fui para o apartamento de Edgar. Ele teria que falar comigo querendo ou não. Eu precisava colocar tudo isso a limpo para depois tomar as providências que precisassem ser tomadas.

Quando entrei no carro, coloquei pra tocar uma seleção de uma dupla sertaneja que Ana adora e quando a primeira música invadiu o carro, meu coração doeu, pois eu não sabia o nosso futuro e a música que estava tocando poderia ser o meu futuro.


Chegando ao apartamento de Edgar, como era de se esperar, ele não quis me receber, então tive que tomar medidas drásticas: liguei para Luanda. Logicamente, ela me autorizou entrar, coisa que eu já sabia, pois Edgar podia não saber, mas ela havia o dominado ou coisa pior. Só sei que ela havia mudado tudo nele. Tudo mesmo.

Assim que a porta abriu, vi um Edgar emburrado igual quando éramos crianças e uma Luanda repreendendo-o com o olhar. Era cômica a situação, mas eu não tinha tempo a perder.

- Luanda falou para você sobre as fotos? – Perguntei sem perder tempo.

- Falou, mas eu já imaginava – respondeu sem me olhar.

- Como assim já imaginava? – Falei nervoso – As fotos foram enviadas do seu celular.

- Não sei como, mas meu celular foi clonado – falou agora olhando para mim – Ana também recebeu mensagens naquele dia como se fossem minhas, por isso ela foi ao hotel.

- Não estou entendendo como isso aconteceu.

- Edu, agora é tarde demais. Ela precisou de você e você não estava lá, cara. A única burrada que ela fez na vida foi se apaixonar por você que não merece o amor que ela sente por você – falou se levantando e indo pegar uma bebida na geladeira.

- Me conta tudo, Edgar – pedi.

- Já foi, Edu! É tarde pra isso. Segue seu caminho e deixa a Ana em paz.

Desejos e Mentiras (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora