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-O quê? Mas nós estávamos dentro da sua propriedade. – Respondo tentando acalmar um pouco o Andrew versão estressada na minha frente.

Como uma pessoa pode mudar de emoções assim do nada? Hoje de manhã ele estava calmo, compreensivo até, e agora... agora ameaçou me por pra rua por ter levado sua filha para brincar. Santa paciência.

- Eu procurei por vocês pela propriedade inteira, cada centímetro, estava pirando aqui e quando a encontro ela está encharcada. –Ele aponta para Isobel com os olhos em chama.

-Papai nós estávamos no jardim secreto. – Isobel diz.

- Jardim secreto? – Ele pergunta para mim ignorando a filha.

- O jardim que vocês têm atrás da casa, não estávamos fazendo nada de mais, só passando o tempo. – ele faz uma cara de interrogação e eu constato que ele não faz a menor ideia da existência do jardim.

-É papai, foi muito legal.

-Isobel vai já para dentro e chame Andreia para te dar um banho.

-Mas por que está com raiva? A gente só estava brincando.

-Vai pra dentro agora, não vou pedir de novo. – Isobel apenas abaixa a cabeça e sobe as escadas entrando dentro da casa em silêncio.

-Não estava blefando, se vocês desaparecerem sem avisar e ela aparecer aqui suja e molhada desse jeito de novo, você está despedida.

-Ela é criança, senhor Crewe, é bom pra ela criar imunidade, brincar no ar puro, ela estava tão feliz. Deveria leva-la mais vezes para fora de casa.

-Quem é você para me falar como devo cuidar da minha filha? - ele grita a frase e eu me encolho, ele está no seu limite.

-Tem razão... eu...

-Vá tomar um banho. Vou te ver em meia hora em seu quarto. – Ele vira de costas e começa a subir as escadas, mas eu o interrompo.

-Senhor Crewe, - ele se vira. - Não é por você que estou aqui. E não fui eu que pedi o emprego. – digo me referindo a oferta de emprego que veio dele. Ele parece ter entendido muito bem, pois respira fundo e olha para o céu pedindo paciência aparentemente, não diz nada, só se vira e entra na casa.

Depois de deixar bem claro que eu não dependo dele, saio e vou para meu quarto. E eu realmente não dependo, não estou aqui por que preciso dele e sim porque ele precisa de mim, eu tinha meu emprego e pelo menos lá não tinha que aguentar discussões com patrão, cara, eu trabalhava para cachorros, eles são mais gratos do que Andrew.

Depois de tomar um banho e fazer minha higiene, pego meu cobertor e vou para varanda esperar meu adorável chefe me dar algumas broncas.

-Caramba esfriou depressa. – falo olhando para o lago que criava ondinhas com o vento gelado.

Depois de ler dois capítulos do meu livro, escuto as batidas na porta que estava esperando. Deixo meu cobertor na poltrona e vou atender a porta. Assim que abro, Andrew adentra no quarto e se senta na cama meio apressado. Eu o encaro por alguns segundos tentando entende-lo e fecho a porta.

-O que foi? – ele pergunta.

-Você. - aponto minha mão para ele- Entra e não diz nada. Estou tentando adivinhar por onde vai começar a me xingar.

-Não vou fazer isso, já discutimos o bastante mais cedo. Acho que já entendeu.

-Ah claro. Agora que eu não estou entendendo nada.

Meia Noite e Um - Completo ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora