Meia Noite e Um - Completo ✔

55 Ctt

Quando entrei no quarto, a última pessoa que pensei que encontraria me esperando era Estefânia.

Sabia que havia alguém no quarto por causa do som alto da sua respiração, mas não esperava por ela. Tentei voltar pela porta que entrei e chamar Andrew, mas Estefânia agarrou meu cabelo no segundo em que me viro para sair dali.

- Me solta! - Ela puxou com tanta força que pensei que arrancaria cada fio da minha cabeça com um mínimo a mais de força.

- Você estava com meu namorado, sua bruxa! - Ela grita e finalmente solta meu cabelo, do jeito mais delicado possível, ela me joga no chão fazendo com que eu batesse a cabeça em algo que suponho ser a beirada da cama. Dói muito, mas não demonstrou isso a ela.

- Vocês não estão mais juntos, Estefânia.-Tento fazer ela lembrar, mas sei que vai ser em vão.

- Estamos sim, eu falei para você sair de perto dele, você não me obedeceu.

- Eu não tinha motivos para isso.- Estou dividida entre agredi-la verbalmente com verdades ou tentar me acalmar e entender que ela não está bem da cabeça. Queria criticar sua chantagem idiota para tentar me separar de Andrew, mas decido por apenas respirar fundo.

- Ele é meu, essa casa é minha também, quero que você saia.

- Se ele me tirar daqui, eu saio.

- Você acha que ele vai querer algo com você? Eu sou bonita e rica, sou famosa e mais bonita que você. Você é apenas uma pobrinha que teve uma sortezinha na vida, se bem que nem isso, já que está cega. - Suas desculpas quase me fazem rir de tão infantis e vazadas. Ela precisa ser levada para uma clinica antes que fique mais alterada. Andrew disse que ela estava internada mas que saiu pois deu uma pequena melhora, mas creio que essa 'melhora' não durou muito.

- Estefânia, chama o Andrew, é ele que você quer.

- Sim, é mesmo, mas eu precisava mandar você embora primeiro, você vai nos atrapalhar. - Escuto seu salto andando até mim e sinto quando ela pisa na minha mão com o salto agulha. Eu solto um grito de dor e tento arrancar minha mão do aperto, mas ela pisa mais firme ainda.

- Para Estefânia! - Grito com dor. De onde ela tirou toda essa força !?

Ela finalmente solta o aperto e sinto minha mão toda latejando.

Sinto quando ela se abaixa na minha frente devido o aumento da intensidade do cheiro forte e caro do seu perfume.

- Isso não foi você que comprou, é caro demais para você, foi meu Andrew! Não é seu. Você é uma vadia aproveitadora! - Ela leva a mão ao meu pescoço e desabotoa meu colar rapidamente. Mas eu não posso suportar mais isso. Cálculo por instinto e levo minha mão não machucada até seu rosto, lhe dando um tapa que causou um estalo alto.

- Você me bateu! - Ela choraminga se levantando. Nesse mesmo momento a porta é aberta com força e até acertar a parede. Sei muito bem que é. Andrew, que aparece no quarto no momento seguinte. Graças a Deus, não sei o que Estefânia seria capaz de fazer comigo depois desse tapa que lhe dei.

Os dois conversam e consigo perceber melhor ainda como ela está fora de si. Andrew não a trata mal, ele é atencioso, percebo que ele está fazendo isso para ajuda-la, mesmo assim, viro meu corpo para o lado oposto a eles como se isso os desse uma espécie de privacidade. Pode parecer egoísmo mas não me sinto bem com ele falando tão carinhoso com ela.

Eles saem do quarto, me deixando sozinha. Andrew não fala nada comigo, Mas eu compreendo que se o fizesse daria mais motivos para as discussões sem sentido de Estefânia.