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- Charlotte!  Da para você se sentar?

- Não!  Eu preciso me mexer.

Ela continuou andando para a direita a esquerda no seu antigo quarto na lavanderia. Desde que descobrimos que aqui é mais fresco devido a proximidade da água e de várias árvores,  não saímos mais daqui, se tornou portanto, nosso ponto de refúgio do calor escaldante do Rio.

- Já passaram quantos minutos? Liga para ele.

- Se passaram dez míseros minutos! - Ela anda até a porta e quase bate no vidro mas da a volta milímetros antes da colisão. Me fazendo levantar da cama para ajuda-la em vão.

- Acho que vou morrer derretida! - Ela limpa a testa para dramatizar mas o vento da janela ainda não deixou formar gostas de suor na sua pele.

- Então sente-se e pare de correr pelo quarto, não sentirá tanto calor se o fizer.

Hoje faz alguns dias desde que levei ela no medico, ela fez os exames pedidos e o motivo de tanta ansiedade, estão naqueles papeis: saber se é possível operar ou não, ou seja, voltar a ver ou não.

Jonas saiu a alguns minutos para buscar os resultados e as dez, eu e Charlotte, iremos ao hospital.  Ainda faltam bons minutos, mas prevejo que o tempo irá se arrastar devido a ansiedade dela.

- OK. Me distraia. - Ela estende a mão para me encontrar, eu a seguro e a puxo até ela cair em cima de mim na cama.

- Andrew! Tá calor e você está todo suado. Argh! - Ela torce o nariz mas sei que só está tirando sarro, já que sua expressão de 'quase sorriso' a entrega.

- Não é suor, sua fresquinha. - A aperto mais ainda para que as gostas sobre mim se enxugue na sua blusa, só para deixa-la irritada mesmo.

- Não? Então por que está todo molhado?

- Eu acabei de tomar banho, não me enxuguei direito. A propósito, a banheira está muito boa. Só informando mesmo.

- Deve estar mesmo. - Ela sorri de lado. - Mas eu já tomei um banho no chuveiro mesmo, porque vamos sair daqui a meia hora.

- Poderia ter te ajudado nisso, se quisesse.

- Obrigada, mas já aprendi a tomar banho sozinha.

- Eu sei.

- Sei que você sabe.

- Você fica bonitinha com a camiseta virada sabia?

- Ah não. De novo!? - E a diz enquanto apalpa a blusa para certificar o que eu disse.

- De novo. Pelo menos eu acredito que a etiqueta dá marca deveria ficar para trás, ou não?

- Seria bom.

- Mas está bonitinho, não se preocupe.

- Não vou usar um decote nas costas. - Ela ri e se levanta de cima de mim. - Vou lá arrumar.

Ela começa a levantar dá cama para ir ao banheiro se arrumar, mas eu a seguro pelo pulso.

- Não, eu te ajudo. - Ela fica meio perdida porém se senta novamente na cama, receosa, ela ativou seu modo tímido ao se sentar na minha frente, em cima das suas pernas dobradas para trás.

Seguro a barra de sua camiseta e a puxo lentamente até que ela levanta os braços e eu termino passando o tecido pelas suas mãos.

Ela está meio travado, como se estivesse quase que com... Medo de mim. Será que outro homem já a tocou? Será que ela já... um pedido egoísta de que a resposta seja 'nao' passa pela minha cabeça. Não é algo que eu gostaria de pensar, só quero entender porque está com tanta timidez.

Meia Noite e Um - Completo ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora