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Algumas coisas na minha vida não são de mera importância para mim. Sempre em primeiro lugar veio minha carreira. Eu não conseguiria fazer o que faço hoje se não tivesse optado por isso. Por mais que as vezes tenha ficado acima até mesmo da minha família. Eu nunca realmente me importei com isso. Nunca quis uma vida além das parede de um escritório. Eu gostava de saber que eu tinha poder para fazer coisas que pessoas que tem família nunca conseguiriam fazer. Sei que é possível conciliar os dois, mas chegar até onde cheguei desse modo... não, não funcionária.

Entretanto, por mais poder que eu tenha em minhas mãos, algumas coisas começam a fazer mais sentido que outras. Eu finalmente senti vontade de expandir para outras áreas além do negócios. Eu tinha uma filha agora. E pela primeira vez, passei alguém na frente do meu nome e carreira. Não, eu nunca quis filhos assim como nunca quis me casar ou criar laços com alguém mais que um namoro por aparência ou interesse. Quer dizer, passou na minha mente sim o casamento, mas o apenas um casamento por aparência quando eu estivesse velho demais para ser apenas um empresário solteiro.

Bom, aqui estou eu agora tentando de todas as formas tirar minha filha de um estado deprimente que eu mesmo a enfiei. E aqui estou eu também me declarando, pela primeira vez, a uma garota totalmente diferente do que já pensei me relacionar antes. Aqui estou eu criando sentimentos por uma mulher e por incrível que pareça, são sentimentos reais.

Caramba eu não consegui! Não consegui ficar mais nenhum dia sem declarar o que eu sentia para Charlotte. Eu precisava disso.

Precisa manter meu controle. Eu precisava sentir que não estava agindo somente em reflexo de pensamentos dela. Não sou tão desesperado assim, mas aprecio minha oportunidade em ser sincero. Poderia ter esperado um pouco mais, mas certamente ela iria querer ir embora agora que Isobel já está melhor. Se ela fosse embora e eu continuasse paranoico, bom, isso seria frustrante. Eu nunca senti isso antes e gostaria de saber se não é apenas passageiro.

Por um lado estou aliviado, mas por outro, esse que é um lado bem maior, estou desesperado, nervoso e apreensivo. Se ela simplesmente falar que não vai nem tentar, não sei o que eu faço, estou perdidamente apaixonado por essa mulher.

Certo, isso é um pouco exagerado, mas eu quero tentar. Ver até onde isso vai. Na verdade estou curioso para saber se realmente é possível que duas pessoas tão diferentes consigam se dar bem. Ela é doce, boa demais e não faria mal a uma mosca. Ela nasceu em um mundo diferente do meu e eu... bom, eu sou esquentado e mau humorado: O tipo de cara que não faria seu estilo e eu bem sei disso.

Estar ao lado dela é o que parece certo, mas só isso não é o suficiente. Caramba! Eu quero acordar com ela ao meu lado e não no quarto ao lado do seu. Quero que ela seja minha publicamente para tirar olhares pretensiosos como os que vi direcionados para ela no jantar de ontem.

Sei que Rodrigo pensou que Charlotte fosse alguma garota que paguei para me acompanhar e eu só queria anunciar meu namoro com ela logo para que ele apague qualquer ideia idiota que tenha se formado em sua mente.

Se o desejo que senti no seu beijo for verdadeiro, só preciso de um pouco de paciência para que ela me aceite em sua vida.

-Charlotte está famosa, senhor. – Toni senta-se ao meu lado na mesa da cozinha e me entrega o jornal de hoje. Deixo meu café de lado e leio a manchete principal acima de uma foto minha com Charlotte na premiação de ontem. Ela estava tão linda.

Ela estava diferente ontem. Parecia que seus olhos brilhavam a cada coisa nova que ela conhecia. Ela estava insegura, mas eu me senti a melhor pessoa do mundo por conseguir ajuda-la a se localizar no salão.

-Bilionário, Andrew Crewe, não aguentou ficar solteiro. – solto uma risada. –Esses repórteres são intuitivos.

-Não entendi, senhor. –Toni por dentro deve estar segurando um sorrisinho.

Meia Noite e Um - Completo ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora