Eu precisava entender porquê eu fazia esse tipo de coisa.
-Porra! -Quanto tempo não bebia, tinha esquecido o detalhe da ressaca.
-É, sei que deve estar explodindo. -Adam aparece no quarto e me entrega um copo e um comprimido.
-Quarto grande. -Digo tomando o remédio com a água.
-Sim, melhor do que ficar morando de favor.
- Você não estava morando de favor. Você é da família. -
-Não posso levar garotas para casa da minha família. –Ele ri alto.
-Não, não pode. –Realmente foi melhor ele ter comprado o apartamento.
-Então... o que aconteceu? –Ele senta em uma cadeira ao lado da minha cama e eu respiro fundo.
-Eu bebi. –Reviro meu olho.
-Antes disso, idiota.
-Ela foi embora. –Encurto a resposta que ele quer ouvir.
-Eu sei, mas quero saber o que você fez para isso.
-Eu não sei... Ela fugiu de mim e não me contou o motivo. Ela se foi ontem quando eu estava aqui com você.
- Voce tem que ter feito alguma coisa. Charlotte não iria a toa.
-Eu preciso vê-la. Tenho que perguntar o motivo.
-Não sabe pra onde ela iria?
-Não, pensei que sabia, mas estava errado nisso também.
-Vamos dar um jeito de encontra-la. –Ele suspira cansado. –Andrew, vale mesmo a pena ficar correndo atrás dela? Ela é uma boa mulher, mas é muita responsabilidade, ela é deficiente agora e... –Como ele tem coragem de dizer algo assim? Eu quero Charlotte ao meu lado do jeito que ela for. Mesmo se ela ficar mesmo cega.
-Não, nem ouse terminar essa frase. Vou correr atrás dela de todo jeito. E ela não é deficiente, ela vai melhorar.
-Estou tão surpreso, você se importado assim por uma mulher, é novidade.
-Ela é diferente.
-Não é ela que é diferente, é você que ama ela. –Ele me encara com um sorrisinho torto irritante, mas o pior é que essa mania é de família.
-É isso que você quer ouvir? Então sim! Eu amo ela pra caralho.
Deito na cama novamente colocando o travesseiro em meu rosto.
-Andrew Crewe, amando alguém? E esses aguem não é uma menininha de nome estranho com seis anos? Estou chocado. –Ele fala imitando seu irmão Isaac. Não consigo evitar e seguro um risinho.
... ... ...
Fui trabalhar, mas foi a mesma coisa de ter ficado em casa, não consegui me concentrar em nada. A noite quando finalmente terminei de fazer o que precisava fui direto para casa. Nada de bares. Isso foi uma péssima ideia, infantil além de tudo. E pior ainda perdi meu telefone naquela merda de bar. Nunca mais fico bêbado!
Entrei direto no meu quarto e fechei a porta, não quero ser interrompido. Pego meus materiais de desenho e tento me distrair, mas falho miseralvelmente, pois os únicos traços que consigo fazer com o grafite são os do rosto de Charlotte.
Não jogo fora o desenho, resolvo termina-lo, ela está tão viva na minha mente que cada detalhe saem perfeitamente.
Coloco o desenho ao lado da nossa foto com Isobel na Noruega Lembranças da melhor viagem da minha vida me invadem e eu me sinto mais mal ainda. Como sera que ela esta agora?
Saio do quarto já cansado, preciso comer alguma coisa ou pelo menos tentar antes de dormir. Fecho a porta e saio pelo corredor mas paro assim que vejo Isaac saindo do quarto de onde Charlotte dormiu.
-Isaac? –Chamo por sua atenção.
-Olá querido primo. Como anda a vida?
-O que você estava fazendo aqui?
-Vim ver a Isobel.
-No quarto de hospedes, Isaac? Faça-me o favor! –Começo a ficar estressado com ele.
-Priminho, pra que essa voz impaciente? Só estava pegando a bolsa que a Charlotte me pediu. –Ele mostra uma bolsa em seu braço. –Que por sinal é bem fora de moda.
-Ela te pediu? -Meu coração dispara. - Você sabe onde ela está? Ela veio com você? –Solto pouco me importando se estou parecendo desesperado, pois eu estou.
-O que isso significa? Vocês terminaram!? –Ele põe a mão na cintura e bate o pé repetidas vezes de lado.
-Sim, quer dizer... Não sei. Ela foi embora do nada.
-O que você fez? -Ele pergunta bravo.
-O que te faz pensar que fui eu? –O que faz todo mundo pensar que a culpa foi minha!?
-Conheço seu generozinho forte desde criança.
-Olha, eu não sei o que aconteceu. Ela simplesmente foi embora e não me contou nada.
-Precisa pensar mais então. –Ele vira as costas para mim e anda em direção das escadas me deixando sozinho e ignorado. Valeu a ajuda, Isaac!
-Espera! Como ela estava? –Apresso o passo atrás dele.
-Eu não vi ela, ela só me ligou.
-Mas ela deixou o telefone dela aqui em casa... Esquece. Ela parecia bem?
-Sei lá, Andrew, parecia normal.-Ele da de ombros.
-Quando você vai entregar a bolsa pra ela?
-Amanhã de manhã. Mas você não vai comigo, se é isso que está pensando.
-Por favor, Isaac! Eu tenho que falar com ela. Eu preciso saber o que aconteceu.
-Não, eu vou conversar com ela amanhã e você não vai chegar perto do meu ateliê. -Ele me repreende balançando um dedo na minha cara. - Vou perguntar o que aconteceu e se conseguir vou tentar faze-la mudar de ideia.
-Já é alguma coisa.
-Mas se for alguma idiotice que você fez, saiba que vou apoia-la a te largar e anda vou arrumar outro boy pra ela rapidinho.
-Não fiz nada, te garanto. –Não me lembro de nada, não pode ser.E se Isaac pensar em arrumar outro 'boy' para ela, vamos ter dois homicídios em um dia!
-Espero que não, se não vou pisar mais na sua ferida, priminho.
-Faça o que quiser. Quando terminar de falar com ela, me ligue na mesma hora.
-Está bem vou lá ver Bebel. –Ele se vira. –Adiós. –Ele desce as escadas com seu estilo de sempre, se eu não estivesse tão acostumado, teria rido. Isaac é a pessoa mais amada da família inteira, mas as vezes tenho vontade de afoga-lo no lago, e não são poucas vezes. Essa mania de falar tudo o que pensa, as vezes me dá nos nervos.
Volto para meu quarto, agora que não vou conseguir comer nada mesmo. Como que o meu futuro com Charlotte foi parar nas mãos do Isaac? Que desespero!
Até sexta!
XO XO
(Gente! Pensei que hoje era terça e postei os dois capítulos iludida kkk 😅
Mas tudo bem.)
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Meia Noite e Um - Completo ✔
RomanceCharlotte está completamente perdida no Rio de Janeiro. Depois de derrubar um balde com água no chefe do seu chefe, Ela acabou perdendo o emprego e consequentemente o lugar onde morava. Mas a sua vida começa a mudar quando ela encontra Isobel...