Capítulo 3

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Depois da conversa extremamente animadora no chalé, Percy e Annabeth foram para a arena como Quíron tinha solicitado. Talvez um pouco de treino de esgrima conseguisse fazê-los parar de pensar na morte certa e iminente. Porém, quando chegaram na Arena, a mesma estava completamente vazia.

- Desse jeito fica até fácil dar aulas. - Percy brincou.

- Você ainda tem muita coisa para aprender, cabeça de alga. - Annabeth o provocou.

- Você vai me ser minha professora? - Ele perguntou ironicamente. - Você sabe que eu sou o melhor esgrimista aqui. Esqueceu da nossa parceria? Você é o cerébro, eu sou os músculos.

Ele tentou fazer uma pose ridiculamente provocante, tensionando os biceps que tinha desenvolvido principalmente no decorrer do último ano, na guerra contra Gaia. Annabeth revirou os olhos, mas gargalhou.

- Acha que eu não consigo te vencer? - Annabeth perguntou, semicerrando os olhos.

Percy teve um impulso de se ajoelhar e clamar por misericórdia diante desse olhar. Ao invés disso, ele pegou a caneta esferográfica no bolso e a segurou na mão direita. Já conhecia Annabeth há muito tempo, ela podia ser assustadora, mas ele já tinha aprendido a resistir aos seus olhares. Bem... Pelo menos a maioria dos olhares.

Ele se aproximou bem lentamente da namorada e, quando seus corpos estavam quase se tocando, ele capturou a mecha de cabelo dela que tinha escapado e balançava em frente ao rosto, gentilmente colocando-a atrás da orelha da garota.

- Você pode tentar... - Ele sussurou suavemente.

O desafio estava lançado e Annabeth não perdeu tempo. As três simples palavras de Percy provocaram uma explosão de movimento, mais rápido do que um observador de fora conseguiria processar, ela reagiu. Apoiou a perna esquerda firme no chão e girou com a direita, tentando pegar Percy em uma rasteira, ao mesmo tempo sacando a adaga da cintura.

Mas Percy já esperava por isso e pulou para trás com tempo de sobra para escapar do golpe, transformando Contracorrente em espada no processo. Ele sorriu para Annabeth quando o movimento cessou e eles se encararam. Ela atacou.

Os golpes vinham de todas as direções. Apesar das provocações de Percy, ele conhecia as habilidades de Annabeth. Ela atacava com uma víbora, diminuindo o espaço entre eles a cada golpe, aproveitando todo o poder de sua adaga enquanto Percy perdia a principal vantagem da espada, que era o alcance. Ele tentava recuar e se afastar para contra-atacar, mas ela era muito rápida e avançava. Ele sabia que em questão de segundos estaria encurralado na parede e ela teria sua vitória.

Mas Percy era treinado tanto nas técnicas gregas quanto romanas. Sua experiência no Acampamento Júpiter o ajudou a identificar o padrão de ataque de Annabeth e, se aproveitando disso, ao invés de bloquear o ataque transversal que ela desferiu, ele se esquivou para o lado. Incapaz de parar o movimento em pleno ar, Annabeth passou direto e deixou as costas desprotegidas ao contra-ataque de Percy. Se fosse uma luta de verdade ele poderia ter vencido ali, mas como a ideia era desarmar, e não ferir, ele esperou uma fração de segundo a mais, permitindo que ela se recuperasse.

Assim que ela começou a se virar para uma nova investida, Percy atacou. Ele era mais forte e se aproveitou disso desferindo golpes vigorosos que a forçaram a recuar cada vez mais. Agora era ela que seria encurralada na parede em poucos segundos. Ele não a permitia respirar, desferindo golpe atrás de golpe e impedindo que ela escapasse pelos flancos. Ela estava encurralada.

Ele se preparou para desferir o golpe de misericórdia que selaria o combate. Um movimento antigo, o primeiro que aprendeu no acampamento, ensinado por Luke. E foi um sucesso. Ela foi desarmada sem resistência e o som metálico da adaga quicando no chão reverberou pela arena. Percy já sorria vitorioso, ciente que a vitória era sua.

Percy Jackson e Annabeth Chase - A Vingança de TártaroOnde histórias criam vida. Descubra agora