Capítulo 12

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- Minha paciência está se esgotando! - O general Agripa bradou da entrada do túnel. - Vocês vão querer essas crianças vivas ou não??

Como se o clima no acampamento já não estivesse ruim o suficiente, os gritos do general apenas mexiam ainda mais com os nervos de todos os soldados.

- Nós precisamos fazer alguma coisa. - Frank falou. - E rápido.

A Sala de Guerra estava vazia agora, exceto pelos dois pretores. Assim que Will, o garoto que veio trazer as notícias sobre o rapto, explicou o que tinha acontecido para todos os presentes os centuriões se retiraram.

Os guardas não faziam a menor ideia de como o sequestro foi efetuado. Eles garantiram que não tinham tirado os olhos da entrada do túnel, mas de alguma forma uma dupla de soldados tinha conseguido se esgueirar para fora sem serem vistos e, contornado o limite exterior do acampamento, alcançaram a muralha de Nova Roma e a invadiram desarmados, sem chamar atenção.

As duas crianças sequestradas se chamavam Arya e Dan. Eram amigos próximos de Will, antes que ele deixasse Nova Roma e se mudasse para o Acampamento, e ele os reconheceu assim que os viu. Segundo o garoto, eles tinham apenas 10 anos de idade e ainda não tinham idade para vir para o Acampamento, mas já conheciam algumas técnicas de luta. Como ele sabia quem eram os pais dos meninos, Will foi enviado até Nova Roma para entrar em contato com a família.

- Pelos deuses... - Reyna exclamou, expirando pesadamente.

O general Agripa continuava gritando ameaças do lado de fora. Frank ficava mais tenso a cada insulto.

- Reyna... Nós precisamos...

- Fazer alguma coisa, eu sei, eu sei... - Ela o cortou. - Mas o quê?

- Eu acho que não temos muita escolha agora. Precisamos atacar. - O pretor respondeu.

- Eu concordo, mas assim que atacarmos o general não vai hesitar em matar as crianças. - Reyna rebateu. - Precisamos resgatá-las antes.

- Não temos tempo para uma missão de resgate. Precisamos invadir a caverna para isso e não temos a menor chance de entrar lá despercebidos. Nós não temos escolha Reyna e você sabe disso. Por que outro motivo teria dispensado os centuriões? - Frank tentava convencê-la. - Você soube desde o início que uma decisão difícil teria que ser tomada. Você assumiu o fardo. Porque é isso que você sempre faz e por isso você é a melhor pretora que este Acampamento poderia ter.

A garota ouviu cada palavra em silêncio e se permitiu desmoronar por alguns segundos, escondendo o rosto nas mãos e deixando suas escassas lágrimas rolarem. Ela esperou que ele terminasse e secou o rosto, se levantou e o fitou diretamente nos olhos por alguns segundos.

- Obrigada, pretor Zhang. - Ela disse. - Agora vamos mandar esses malditos de volta para o abismo de onde eles nunca deveriam ter saído.

Frank sorriu.

- Vai ser o maior prazer.

Ela saiu da tenda com passos firmes e decididos, gritando ordens para todos os lados. Em menos de dez minutos ela já tinha conversado com os centuriões de todas as cinco coortes e combinado um sinal com Annabeth sobre a hora certa que a garota deveria soar o apito e alavancar o caos dentro da caverna.

Frank seguia atrás, sem saber ao certo o que deveria fazer. Ele já tinha se acostumado com o jeito da pretora. Quando ela assumia aquele fogo no olhar, nada poderia pará-la.

- Frank. - Ela chamou. Vários soldados corriam ao redor e a gritaria era geral, mas ela escolheu justo aquele momento para desacelerar. - Você é o melhor arqueiro que o Acampamento Júpiter possui, um dos melhores que eu já vi em ação. Eu preciso da sua ajuda. Eu tenho um plano. Um plano horrível, mas é o melhor que nós temos.

Percy Jackson e Annabeth Chase - A Vingança de TártaroOnde histórias criam vida. Descubra agora